Nesta terça-feira (01/02), às 22 horas, na TV Cultura, a
velejadora Tamara Klink é a convidada de Marcelo Tas no #Provoca. A jovem
brasileira que cruzou o Oceano Atlântico sozinha participa da edição com
"provocações" sobre suas experiências em alto mar, sua relação com o
pai e com a escrita.
Com 24 anos, a filha do navegador e escritor brasileiro Amyr
Klink cruzou o Oceano Atlântico sozinha a bordo do “Sardinha”. Durante a
edição, Tas pergunta quais as semelhanças entre o mar e seu pai. Tamara explica
que aprendeu as coisas sozinha. Ela conta sobre os ensinamentos do progenitor e
das vezes em que buscava conselhos sobre a navegação e recebia um silêncio no
lugar de instruções. “Ele estava sempre assim, um pouco me empurrando a ir
atrás das minhas próprias respostas e a aprender a fazer minhas próprias
perguntas, e foi muito frustrante no começo porque eu sentia que ele tinha as
respostas pra me dar e não me dava, mas ao mesmo tempo isso me deu uma
autonomia que eu ia precisar usar depois”, pontua Tamara.
Durante a conversa com Tas, ela conta sobre como é estar no
desconhecido, em silêncio, e explica a excitação na chegada aos portos. “Eu
chegava num porto com muita carência, porque eu cansava de ser minha própria
fonte de carinho, eu cansava de ser a única pessoa que eu ia lembrar que era
uma humana que tinha limites”, revela.
A autora de “Mil Milhas” e “Um mundo em poucas linhas” revela
que através da obrigatoriedade da escrita imposta durante as viagens de sua
infância, percebeu como ser uma “escrevedora de diários” se tornou importante. “Aos
poucos eu fui entendendo que isso era uma ferramenta muito poderosa para criar
autoconfiança e entender que a nossa história importava”, frisa.
A edição ainda infiltra os detalhes de suas viagens com o
barco, como a dosagem do sono e o fato de sempre existir um rumo. “E como que você
faz agora que está na terra?”, questiona o apresentador. "Eu crio o
destino final da próxima viagem, que é a única coisa que eu aprendi a fazer.
Esse é o meu recurso, eu vou usar isso com todas as minhas forças”, conclui.