No Dia dos Professores, celebrado nesta sexta-feira (15/10),
a TV Cultura exibe o documentário Paulo Freire, 100 anos, em homenagem ao
patrono da educação brasileira. Produzido pelo departamento de jornalismo da
emissora e apresentado pelo jornalista e diretor Leão Serva, vai ao ar a partir
das 20h
O livro Pedagogia do Oprimido é um marco na obra de Paulo
Freire. Ele foi professor das universidades de Harvard, nos Estados Unidos, e
Cambridge, na Inglaterra, e teve mais de 40 títulos de doutor honoris causa em
universidades como Oxford, na Inglaterra, e Coimbra, em Portugal.
Paulo Freire, 100 Anos traz os principais estudiosos da obra
do educador para explicar a sua importância e, ao mesmo tempo, os motivos dele
estar sendo vítima de tantos ataques extremistas.
O professor, filósofo e pedagogo Dermeval Saviani e o diretor
de Educação de Jovens e Adultos do Colégio Santa Cruz, Fernando Frochtengarten,
também comentam a repulsão de membros do governo atual ao educador.
Sérgio Haddad, autor de biografia de Paulo Freire, conta a
trajetória do patrono brasileiro que nasceu em Pernambuco e chegou a passar
fome. "Ele se formou em direito, mas não gostou e acabou indo para a
educação, área em que já atuava", explica.
Sobre o projeto de alfabetização de Paulo Freire em Angicos,
cidade do Rio Grande do Norte, Marcos Guerra, coordenador em Angicos, comenta:
" Paulo dizia que estamos numa estrutura de dominação, numa pedagogia do
silêncio. O aluno ouve o que o professor manda e ele pratica o que o professor
disse. Mas Angico revirou a coisa de cabeça para baixo".
O professor e ator Guilherme Terreri Lima Pereira, que
interpreta a drag queen Rita Von Hunty, também participa da edição e comenta
sobre o pensador. "A intervenção proposta por Paulo Freire é uma educação
comprometida com a transformação do mundo", diz. Lima Pereira explica
ainda que ao interpretar a drag queen Rita Von Hunty, ele faz com que a
experiência lúdica da educação mova novos afetos em quem participa dela.
"Eu acredito que novos afetos possam gerar novos efeitos e que com novos
afetos e novos efeitos, a gente possa construir novos mundos", comenta.
O documentário traz um comentário do patrono da educação
sobre sonhos. "Acho que não é possível existir humanamente sem sonhos, sem
utopias. Sonhos enquanto projetos, enquanto programa, curiosidade, enquanto
querer ser diferente", frisa.