Nesta madrugada de terça (12/10) para quarta-feira (13/10), “Profissão
Repórter” mostra a rotina de pessoas que vivem no Nordeste em regiões
diretamente impactadas pela desertificação. Cerca de 15% do semiárido
brasileiro já foi atingido por este processo, que torna a terra improdutiva por
conta dos longos períodos de seca, do desmatamento e de práticas agrícolas sem
manejo adequado.
Durante 11 dias, os repórteres Nathalia Tavolieri e André
Neves Sampaio percorreram mais de dois mil quilômetros pelos Estados de
Pernambuco, Paraíba e Alagoas para mostrar como está a vida das pessoas que
enfrentam as consequências deste fenômeno, como Ciço, um senhor que vive no
Sertão paraibano e durante toda sua vida utilizou a agricultura como forma de
subsistência. Hoje, ele não consegue mais cultivar milho nem feijão em sua
terra.
No interior do Alagoas, a equipe acompanhou uma família de 12
pessoas que não têm acesso à água e precisa percorrer quilômetros em uma
charrete diariamente para encher um barril nas cisternas de familiares. O
repórter Pedro Borges esteve em Franca, no nordeste do Estado paulista, na
região engolida por uma gigante nuvem de poeira, onde a secura espalha
sujeira. Os moradores da cidade
enfrentam um racionamento desde o fim do mês passado: 36 horas sem água e 36
horas com.
A situação é ainda mais grave nos bairros de periferia. No
Aeroporto II, a família de Maria Imaculada, 75 anos, utiliza-se da água
estocada em garrafas de dois litros nos períodos de seca. No Jardim Leporace,
zona norte de Franca, local repleto de conjuntos habitacionais populares, a
escassez de água chega a durar até cinco dias.
"Profissão Repórter" vai ao ar na TV Globo, logo após "Verdades
Secretas".