Recriar cenas antológicas do cinema nacional sob o olhar de
outros profissionais da sétima arte é a proposta do seriado documental inédito “Segundo
Take”, que estreia na TV Brasil neste sábado (25/09), às 22h. Ao longo de 13
episódios, diretores e atores dividem suas paixões cinematográficas e seus
processos criativos ao refilmarem o trecho de uma obra escolhida.
Em uma homenagem a clássicos do cinema brasileiro, as
recriações são feitas em estilo minimalista, com especial atenção à dramaturgia
e à liberdade criativa para que diretores e atores deem uma nova cara à cena.
Durante a série, que terá exibição semanal na emissora pública,
são mostradas novas versões para trechos dos filmes “Deus e o Diabo na Terra do
Sol”, com Walter Carvalho; “A Lira do Delírio”, com Lírio Ferreira; “O Bandido
da Luz Vermelha”, com Helena Ignez; “Santiago”, com Esmir Filho; “Eles Não Usam
Black-tie”, com Jeferson De; “Carlota Joaquina, Princesa do Brazil”, com Tata
Amaral; “Vidas Secas”, com Paulo Caldas; “Noite Vazia”, com Eduardo Nunes; “O
Ébrio”, com Tatiana Lohmann; “Eu te Amo”, com Marcos Jorge; “Guerra Conjugal”,
com Fellipe Barbosa; “Limite”, com Caroline Leone; e “O Pagador de Promessas”,
com Cláudio Assis.
No episódio de estreia de Segundo Take, o diretor Walter
Carvalho convida o premiado ator Irandhir Santos para reviver o clássico personagem
Corisco do filme “Deus e o Diabo na Terra do Sol” (1964), de Glauber Rocha.
Em seu depoimento, Irandhir conta que se inspirou nas vozes
de Glauber, de Walter e de Othon Bastos, que interpretou originalmente o papel.
Já Walter Carvalho, enquanto planeja a nova cena, reflete sobre as
possibilidades implicadas na ideia de um segundo take.
Considerado um marco do cinema novo e uma obra-prima de
Glauber Rocha, “Deus e o Diabo na Terra do Sol” foi gravado em Monte Santo, na
Bahia. Em novembro de 2015, o longa-metragem entrou na lista da Associação
Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine) dos 100 melhores filmes nacionais
de todos os tempos.
“Deus e o Diabo na Terra do Sol” representou o Brasil no
Festival de Cannes de 1964, na França. A obra foi selecionada para a seção
oficial do evento ao lado de "Vidas Secas", de Nelson Pereira dos
Santos.