O segundo episódio da 15ª temporada de "Espelho"
vai ao ar nesta segunda-feira (06/09), às 23h, no Canal Brasil. A convidada de
Lázaro Ramos é a escritora nigeriana Chimamanda Adichie.
Chimamanda também é conhecida por sua apresentação “O Perigo
de Uma Única História”, um dos TED Talks mais vistos, com mais de 28 milhões de
visualizações. Entre os assuntos abordados na conversa estão o Brasil, a obra
literária da convidada, feminismo, racismo, pandemia e sonhos, com os desejos
de Chimamanda para o mundo em que sua filha irá viver.
“Acho que é importante ler muitas coisas diferentes e ter
muitas histórias. Mas tão importante quanto isso é ter a nossa história. Temos
que pensar em nós mesmos como pessoas normais e comuns. As pessoas que fazem
parte de grupos marginalizados têm que se esforçar sozinhas para aprender a
história delas. Claro que isso se torna mais difícil, mas temos que fazer isso
porque é importante”, afirma.
A escritora veio ao Brasil uma vez, conta que não viu muitos
brasileiros negros e traz uma reflexão sobre isso. “O que comecei a perceber
foi que a história predominante que o Brasil conta a si mesmo sobre o que o
país é. Não inclui a negritude em seu centro. Acho que a ideia é a mestiçagem,
todos são misturados, mas o lado afro, a africanidade, que acho que é parte
importante do Brasil, não é predominante”, conta. E completa: “acho que é só
porque a colonização teve o poder, e o poder é parte integrante da contação de
histórias. Quando temos o poder, nossa história é contada”.
Chimamanda Ngozi Adichie nasceu em Enugu, na Nigéria, em
1997. Ela viveu lá até os 19 anos, quando foi estudar nos Estados Unidos, onde
viveu por alguns anos; hoje em dia ela se divide entre os EUA e a Nigéria. Ela
é autora de três romances, “A Cor do Hibisco”, “Meio Sol Amarelo” e
“Americanah”; da coletânea de contos “A Coisa À Volta do Teu Pescoço”; e dos
ensaios “Todos Devemos Ser Feministas” e “Querida Ijeawele”. Suas obras já
foram traduzidas para mais de 30 línguas e foram vencedoras de prêmios como
Commonwealth Writers e Orange Broadband Prize for Fiction.