Nesta sexta-feira (09/04), a assessoria de comunicação da TV
Cultura encaminhou Nota de Pesar pela morte de Ismael Ivo. Segue na íntegra:
“É com imenso pesar que a Fundação Padre Anchieta,
mantenedora das Rádios e TV Cultura, lamenta o falecimento de Ismael Ivo,
Conselheiro da FPA e Assessor Artístico da TV Cultura, na noite desta
quinta-feira (8/4), aos 66 anos, vítima da Covid-19. Ismael estava internado no
hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
A Cultura perde um dos grandes profissionais do nosso País,
que foi reconhecido internacionalmente por sua atuação no universo cultural, em
diversas áreas da dança, como coreógrafo, bailarino, diretor e curador.
Ismael deixa um legado de mais de 75 balés produzidos no
mundo, inúmeros bailarinos brasileiros formados internacionalmente pelo seu
projeto "Biblioteca do Corpo" e a marca como um dos maiores nomes da
dança global.
Da periferia para o mundo
Premiado em vários países, Ismael Ivo, que nasceu na Zona
Leste de São Paulo, iniciou sua carreira no Brasil nos anos 70. Conhecido por
abraçar múltiplas atividades que têm como fim a arte e a cultura, em 1978, sua
carreira internacional foi projetada a partir do encontro com o coreógrafo
estadunidense Alvin Ailey, do qual integrou a companhia júnior nos Estados
Unidos. Na década seguinte, uma apresentação solo do bailarino resultou numa
resenhada no jornal The New York Times.
Ismael morou em Viena, na Áustria, onde fundou o ImPulsTanz,
em 1984, junto do produtor e diretor Karl Regensburger. Foi diretor de dança da
Bienal de Veneza e o primeiro negro e estrangeiro a dirigir o Teatro Nacional
Alemão, em Weimar.
Entre Estados Unidos e Europa, foram mais de 30 anos vivendo
e trabalhando fora do Brasil, para onde retornou em 2017. Foi então que assumiu
a direção do Balé da Cidade de São Paulo, mais uma vez como o primeiro negro a
estar à frente deste cargo.
Como bailarino e coreógrafo, Ismael não tinha limites em suas
formas de expressão. Enquanto diretor e curador, foi mestre em despertar o
interesse do público por suas obras, que costumavam ser baseadas em memórias e
vivências pessoais”.