Rachel Maia, conhecida por ser a primeira mulher negra a
ocupar o cargo de CEO em uma grande empresa no Brasil, recentemente lançou sua
autobiografia, Meu caminho até a cadeira nº1. Em seu novo momento de carreira,
a executiva presta consultoria em Diversidade e Inclusão, Varejo e Liderança,
por meio da RM Consulting, e atua também como conselheira. Durante bate-papo
com os apresentadores Alberto Pereira Jr. e Xan Ravelli, a convidada fala sobre
família, carreira e diversidade no programa “Trace Trends” nesta terça-feira (30/03),
às 22h45, na RedeTV!.
Rachel, que já comandou a Tiffany & Co Joalheria, Pandora
e Lacoste Brasil, narra sua trajetória de vida em seu primeiro livro. “É
importante que fique claro para todos que eu tenho a base igual à grande massa
da população negra. É muito importante dizer que o seu valor, a única pessoa
que pode sequer pensar em definir, é você mesmo. Cada um tem o seu, e não pode
ser ignorado isso”, observa.
“Eu quero que outras pessoas leiam e entendam que minha
história é básica, muito simples, e mesmo assim, eu ousei. O joelho ralou pra
caramba, quebrei a cara, portas se fecharam na minha frente, mas eu continuei
tentando”, completa.
Sua trajetória até a liderança de grandes empresas teve seus
percalços. “Definir onde e quando está sob minha responsabilidade. Eu precisei
e preciso ajustar a rota diversas vezes, mas isso não significa deixar de
sonhar, pelo contrário, eu sonho e planejo todos os dias. E é muito importante
que fique claro que eu não sonhei lá na escola do João de Deus, no extremo Sul
da Zona Sul [SP], já ser a presidente. Não, eu sonhei em trabalhar e comprar
cesta básica”, frisa.
A cesta básica a qual Rachel se refere não era para sustentar
a sua casa. Desde muito nova, ela tem o compromisso com causas sociais. “Eu
queria mais do que simplesmente trabalhar. Eu vestia roupa de brechó, porque
era tão enlouquecida em ajudar o próximo, e queria saber quantas cestas básicas
eu poderia comprar com aquele dinheiro”, afirma. Atualmente, a executiva é
fundadora do projeto social Capacita-me, com o viés na educação e empregabilidade
de pessoas em situação de vulnerabilidade, além de ocupar a cadeira de
Presidente do Conselho Consultivo da Unicef Brasil.
Da mesma forma, Rachel se dedica ao empoderamento de
minorias, em especial, à promoção de práticas antirracistas. “Não tinha muito
preto nas festas de luxo, mas nas minhas tinham. Eu via que as pessoas ficavam
falando assim, a mídia já me falou várias vezes que eu sou disruptiva. Fui a
primeira a fazer um pocket show na Tiffany, há quase 20 anos, com a Paula Lima.
Gosto de empoderar os meus, acho que é dessa forma! Tem que ter consistência,
tem que ter conteúdo. Nós temos que fazer com que a sociedade entenda que não
dá mais para oprimir”, salienta.
O programa traz ainda uma entrevista com o sambista Darlan,
músico símbolo de representatividade, deficiente visual e com uma voz potente.
O cantor fechou contrato com a Soul Music e está preparando o seu primeiro DVD,
que contará com as participações de Jorge Aragão e Grupo Bom Gosto.
O programa ainda exibe o último episódio da série
Harmonização Poderosa, além do quadro Afro Negócios e os Bafros musicais de
Marcelo Falcão, Thaís Badu e Natiruts.