O horror por trás do Gulag, um sistema de campos de trabalhos
forçados dentro da antiga União Soviética, dedicados a aprisionar e a punir
todos os que fossem considerados ameaças para o regime, é contado no
documentário “Gulag, a história dos campos de concentração soviéticos”, de
Patrick Rotman, Nicolas Werth e François Aymé. O filme, que vai ao ar na
próxima sexta-feira (19/02), às 23 horas, no Curta, é uma produção da ARTE
France e Kuiv-Michel Rotman, dividida em dois episódios, que se baseia em
imagens históricas e em depoimentos de ex-prisioneiros, recolhidos entre 1988 e
2014.
O embrião do Gulag começou ainda sob comando de Lênin, mas
foi implementado de vez no governo stalinista, após uma reforma penal que monta
um sistema robusto e integrado que submete os presidiários — em cada vez maior
número — a trabalhos forçados e às mais terríveis violações de direitos
humanos.
Segundo o documentário, um em cada seis adultos soviéticos
foi levado ao Gulag, entre inimigos do regime, anarquistas, criminosos comuns,
religiosos, prisioneiros de guerra — sobretudo com o avanço das tropas
soviéticas e com a conquista de territórios durante a Segunda Guerra Mundial —
e até cidadãos repatriados.
Gulag se tornou uma verdadeira “indústria penitenciária”, e a
mão de obra proveniente desses campos de concentração se tornou elemento
fundamental da economia soviética. Apenas após a morte de Stalin, o fim do
Gulag passa a ser uma realidade, principalmente após a revogação do artigo do
código penal soviético, em 1958, que legitimava prisões políticas em massa.