O aumento expressivo do comércio eletrônico pauta a edição
inédita do programa “Caminhos da Reportagem” que a TV Brasil apresenta neste
domingo (10/01), às 20h. A produção jornalística aborda os desafios dos
empresários e dos consumidores, além das alternativas encontradas como o
desenvolvimento de plataformas para lojas virtuais.
A matéria especial destaca os fatores que interferem na
entrega dos pedidos. Custo, deslocamento e prazo de transporte até o destino
final das encomendas adquiridas pela internet são aspectos levantados.
A reportagem também trata dos armários inteligentes. Além
desses assuntos, a atração da emissora pública destaca o transporte de
materiais entre laboratórios que realizam pesquisas relacionadas à Covid-19.
Desde o início da pandemia do coronavírus, as compras online
aumentaram 80% no Brasil em comparação com o mesmo período de 2019. Com as
dificuldades que os pequenos empresários têm enfrentado, vender produtos por
meio do comércio eletrônico foi a alternativa que muitos encontraram para não
fechar as portas definitivamente.
Em Novo Airão, no Amazonas, o presidente da Associação de
Produtores NovArte, Simeão Bezerra, conta o impacto da pandemia na venda dos
produtos. Antes, a renda das famílias era obtida principalmente do comércio
impulsionado por turistas que ficavam hospedados em hotéis parceiros.
"Na pandemia nós não tivemos isso, né, fechou
tudo", afirma Simeão. De acordo com o gestor, a solução encontrada foi a
abertura de uma loja virtual. "Agora tem uma plataforma. A gente já mandou
coisa para os Estados Unidos, pra Inglaterra, pra muitos países", revela.
De acordo com o diretor da ABComm, Fábio Fialho, o perfil de
consumidores também foi ampliado. "Além das pessoas acima dos 55 anos, a
gente teve um crescimento das pessoas que tinham uma certa desconfiança ou não
viam uma necessidade de compra online", diz.
Para evitar sair de casa, a professora aposentada Arilda
Maria de Souza decidiu fazer compras online. "Eu comecei assim: muito
devagar, compra de frutaria", frisa. "Quando eu sabia que ia chegar
eu já avisava o porteiro. Dizia: Olha! Vai chegar um livro pra mim. Então, logo
que chegava ele me avisava. Ia no elevador para não descer. Eu pegava aqui. É
muito bom você abrir e sentir o que você comprou. E que comprou e chegou
né?", conta.
O programa da TV Brasil mostra que um dos desafios que as
vendas online trazem é o envio das encomendas: custo do frete e prazo estão
entre as questões que levam consumidores a repensarem a viabilidade de
determinada compra.
Na hora de contratar uma empresa de transporte, empresários
também avaliam as opções: Correios ou transportadoras? A diferença está no
destino: os Correios, por serem uma empresa pública e têm o dever de entregar
correspondências e mercadorias em qualquer lugar do Brasil.
As cartas e os produtos são distribuídos até para as áreas
mais remotas do território nacional. "Não há distinção entre os grandes
centros e os cantões do país. Inclusive nas regiões em que os operadores
privados não têm interesse econômico em operar", explica o presidente dos
Correios, General Floriano Peixoto Vieira Neto.
Como os Correios estão em todos os municípios do país, a
empresa é utilizada também na prestação de outros serviços, entre eles, o
Limpa Nome, destinado a quem está inscrito na base de dados de inadimplência
do Serasa.
Além desses assuntos, o programa Caminhos da Reportagem
explica que os Correios foram responsáveis pelo transporte de materiais entre
laboratórios que realizam pesquisas relacionadas à Covid-19.
Segundo Ana Paula Fernandes, coordenadora da Rede Vírus em
Diagnóstico, da Universidade Federal de Minas Gerais, "não é qualquer
serviço de transporte que pode fazer com segurança, sem risco para o
profissional que está transportando, sem risco para a população ou para o meio
ambiente".
Ainda dentro da esfera do comércio eletrônico, o programa
também traz uma novidade: os lockers, também chamados de armários
inteligentes. Os primeiros já foram instalados no Paranoá, em Brasília.
A partir do momento em que a encomenda é deixada pelos
Correios em um locker indicado pelo consumidor, há um prazo de 72 horas para
retirá-la. "Além de ser uma tecnologia inovadora, tem o lado de inserção
social. É 24 horas, funciona, vai estar num local seguro", explica Carlos
Henrique Ribeiro, diretor de Operações dos Correios.