Na edição mais recente do “Trace Trends”, exibida nesta
semana, pela RedeTV!, os apresentadores AD Júnior e Alberto Pereira Jr.
conversaram com Rafael Zulu.
Com quase 20 anos de carreira, Rafael contou que trocou a
profissão em telecomunicação para investir na carreira artística. “O sonho de
ser artista sempre existiu dentro de mim”, recordou ele, que nasceu em uma
comunidade no Rio de Janeiro.
Durante as atuações na TV, ele revelou ter sentido muito
incômodo ao ler a descrição de cada personagem na sinopse da novela. “Em um
universo de 60 personagens numa trama tem 4 ou 5 negros e, especificamente,
colocam negro”, pontuou, contando ainda que artistas brancos não tinham a cor
da pele mencionada entre as características.
“Quando você tem o perfil que intitulam como galã colocam
alguns adjetivos como bonito e charmoso, que no início é até legal de ler, mas
com o passar dos anos você percebe que é literalmente um rótulo e, normalmente,
associado à questão sexual, do corpo. Depois de muitos anos eu fui entendendo e
não querendo. Na televisão eu era convidado para os meus personagens pelo meu
corpo, pela minha cor e aí dentro disso existe uma história muito maior. Fui e
venho driblando essas coisas”, declarou.
Rafael Zulu ponderou também que a televisão não é ocupada
verdadeiramente por pessoas negras. “Da mesma maneira que eu não tinha
referência há 17 anos, as crianças de hoje seguem tendo poucas”, concluiu.