Com apresentação de AD Júnior e Alberto Pereira Jr., o
programa “Trace Trends” desta terça-feira (30/06), às 22h30, na RedeTV!, traz
uma conversa com a atriz, cantora e roteirista Linn da Quebrada.
Ativista pela desconstrução de estereótipos de gênero, classe
e raça, a história de Linn foi tema do documentário Bixa Travesty, que ganhou o
prêmio Teddy Awards 2018, em Berlim, como melhor documentário estrangeiro.
Atualmente à frente do programa TransMissão e integrante do
elenco da série Segunda Chamada, ela comenta como é dar voz e inserir pessoas LGBTs
no mercado convencional. “Não acho, necessariamente, que eu tenha chegado no
mainstream. (...) Sou exceção. Isso não quer dizer que todas nós, enquanto
travestis e pessoas trans, consigamos ter essa abordagem, ter respeito e, nem
ao menos, ingressemos no mercado de trabalho. Acho que essas são pautas básicas
e realmente de urgência”, pondera.
“Meu corpo abre rachaduras nesse sistema, não só eu como
tanta outras na política como Erica Malunguinho, Glamour Garcia na novela... É
preciso que tenha uma multiplicidade de nós a ser desatada em diversos desses
campos. (...) E continuar abrindo essas fissuras no sistema para que cada vez
mais de nós possa usufruir disso tudo, porque ter uma pessoa só preta, uma só
travesti ou uma só com deficiência, isso não é representatividade. Para que
tenha representatividade é preciso pluralidade de corpos e existências”,
afirma.
Linn da Quebrada também comenta como a pandemia do novo
coronavírus escancara a desigualdade social. “Quem pode se proteger? Quem pode
ficar em casa?”, questiona ela, refletindo sobre uma situação enfrentada há
muito tempo por transexuais e travestis.
“Esse isolamento social já existia. Nós já fomos afastadas do
meio social, fomos afastadas da escola, do mercado de trabalho e, até mesmo,
das nossas famílias. Mas acredito que todas essas crises possam servir para
desviar o caminho. Acredito que seja um momento de oportunidade de elaborar
novas estratégias”, conclui.