Nesta quarta-feira (11/12), às 22h, o SescTV exibe os shows
de Elo da Corrente & Matéria Prima, Pau de Dar em Doido e Baco Exu do Blues
gravados durante o Festival Batuque 2018, realizado no Sesc Santo André, na
Grande São Paulo. Unidos pelo hip-hop e mesclas de beats criativos, os músicos
também comentam sobre o cenário atual do rap no Brasil e seus desdobramentos.
Integrante do trio paulistano Elo da Corrente, MC Caio lembra
que conheceu o mineiro MC Matéria Prima nos anos 2000. Essa amizade resultou
numa parceria no álbum mais recente do grupo, o Rosas de Jericó (2018). O MC
Matéria Prima, que já fez parte de projetos como Quinto Andar e Subsolo,
comenta ainda que o processo de composição deles se baseia em cruzar os
repertórios até chegar no resultado. Já o MC Pitzan (Elo da Corrente) diz que
antigamente a cena do rap era segregada entre Rio de Janeiro e São Paulo, mas
que agora está expandindo.
Para o MC Nato PK, em vinte anos de Pau de Dar em Doido, é
importante mencionar que eles vivenciaram uma época com poucos recursos de
produção e marketing, antes de terem contato com a internet e a tecnologia. “Para
a gente, é bacana estar inserido nessa fase crescente que o rap veio tendo dos
anos 1990 até então”, afirma. Concordando com o amigo, o MC Enézimo complementa
sobre o ponto em comum entre o passado e o presente: “Você não pode parar de
fazer e criar, tem que ser constante. Sem música e criatividade você não
consegue abastecer essa tecnologia. Essa é a união das gerações”.
Baco Exu do Blues articula que o rap não precisa
necessariamente transmitir uma mensagem, mas se passar, que não seja a errada,
uma vez que se trata de um gênero musical político. Para definir seu jeito de
compor e como foi criado seu primeiro álbum, Bluesman (2018), Baco explica
sobre como gosta de atrair as pessoas pela sonoridade e por palavras-chave. “Em
resumo, o álbum é sobre ser uma pessoa e apenas uma pessoa. É um disco sobre
negritude e minorias, mas também que diz que somos pessoas. Fala sobre a
batalha em diversos momentos, porém é uma luta que defende o espaço de não ser
só isso. De ser humano, de ser uma pessoa que sente”, expõe o cantor sobre o
conceito de seu trabalho.