No "Arquivo A" desta quinta-feira (14/11), a TV Aparecida
exibe, a partir das 21h, a segunda parte da série “Desafios da Igreja” sobre a
falta d’água. O programa retrata a realidade que ainda atinge milhares de
pessoas no semiárido do Nordeste brasileiro.
A produção, com reportagens da jornalista Talita Galvão, percorreu os
Estados de Pernambuco, Alagoas, Paraíba e Rio Grande do Norte durante 14 dias.
"Convivendo com o Semiárido", segunda parte do
especial, mostra as dificuldades da seca no dia a dia de moradores das cidades
de Palmeira dos Índios, em Alagoas, Pesqueira, na Paraíba e Mata Grande, em
Alagoas. Segundo relatos, são anos de seca que se alternam a outros poucos de
escassas chuvas, quando as pessoas conseguem plantar apenas para a própria
sobrevivência.
A reportagem aborda ainda o papel da Igreja Católica naquele
ambiente. Segundo Dom José Luiz Ferreira Salles, Bispo da Diocese de Pesqueira
(PB), é uma realidade que desafia a ação evangelizadora. “Andando por esses
lugares, nesta minha vida de missionário, já vi muitas vezes o povo na igreja e
aí chega o caminhão pipa e todo mundo sai para buscar água. Então, isso faz
parte da nossa ação evangelizadora, de lembrar e pensar no sofrimento de tantas
pessoas”, afirma.
Rita de Assis Costa, voluntária da Cáritas Diocesana de
Palmeira dos Índios, revela ter casos de pessoas que morrem de sede e muitos
ficam sem poder tomar banho por vários dias. Já Manoel Euclides dos Santos,
coordenador do Programa de Cisternas, denuncia que a política do carro pipa
ainda gera muito voto para os políticos locais, que dão água com recurso
público, mas como se estivesse fazendo um favor à população.
Charles André Bezerra Silva, presidente da Cáritas Diocesana
de Palmeira dos Índios, fala da péssima qualidade da pouca água existente para
consumo. “Em certas regiões que a gente acompanha, às vezes, a água é
impossível de ser consumida, não tem água perto e é preciso andar quilômetros
de distância”, enfatiza.
A produção cita a barragem Pão de Açúcar, responsável pelo
abastecimento da região, com 55 milhões de metros cúbicos e está funcionando
com apenas 1% da capacidade.