Nesta sexta-feira (08/11), a partir das 22h, o SescTV exibe
três atrações que têm como destaque o romancista, cineasta, dramaturgo e
artista multimídia José Agrippino de Paula (1937 - 2007), conhecido pela obra
PanAmérica, de 1967, e importante nome da contracultura no Brasil. O canal exibe: Dois Olhares, Uma Época, da
série Contraplano, dirigida por Luiz R. Cabral; Rito do Amor Selvagem,
documentário dirigido por Lucila Meirelles, com trilha sonora de Cid Campos e
realização do SescTV; e José Agrippino de Paula: Lugar Reservado, da série O
Mundo da Literatura, dirigida por Ricardo Soares.
Em Dois Olhares, Uma Época (2013, 52 min.), que o canal exibe
às 22h, o cineasta Ugo Giorgetti, o psicanalista Tales Ab’Saber e o jornalista
e apresentador Miguel de Almeida debatem as representações do Regime Militar
brasileiro no cinema por meio da análise de filmes, sendo um deles Hitler 3º
Mundo (1968, 90 min.), de José Agrippino de Paula. No longa, o diretor faz uma
crítica ao período e traça um paralelo entre a ditadura de Adolf Hitler e a
brasileira. Além deste, o episódio analisa Terra em Transe (1967, 106 min.) de
Glauber Rocha; Ação entre Amigos, de Beto Brant (1998, 76 min.); e Cidadão
Boilesen (2009, 92 min.), de Chaim Litewski.
Em sequência, às 23h, o documentário Rito do Amor Selvagem
(2019, 42 min.) resgata imagens de arquivo e depoimentos sobre a performance
homônima, escrita e dirigida, em 1960, pelo cineasta e dramaturgo José
Agrippino de Paula em parceria com a artista da dança Maria Esther Stockler. A
obra inovou o teatro brasileiro, em 1969, no Theatro São Pedro, em São Paulo,
ao misturar diferentes vertentes da arte, como dança, teatro e performance.
Às 23h55 é vez de O Mundo da Literatura com o episódio José
Agrippino de Paula: Lugar Reservado (2004, 25 min.). Na cidade de Embu das
Artes - SP, onde morava, o artista fala de sua trajetória, referências
literárias e processo de criação de seus textos. Ele conta que escreveu o livro PanAmérica utilizando
uma narrativa de acontecimentos fantásticos. “Eu procurei voltar para o
realismo e estou escrevendo mais diálogos com maior quantidade de textos deste
gênero”, explica se referindo ao livro Lugar Público, de 1965, que ele estava
relançando na ocasião. Além dele, o episódio traz, ainda, depoimentos dos
artistas plásticos Antonio Pericov e José Roberto Aguilar, do jornalista e
escritor Carlos Heitor Cony, da documentarista Miriam Chaniderman e de Sérgio
Pinto de Almeida, da editora Papagaio.