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Divulgação - SescTV
 
MANCHETES

» 20/09/2019 - 17:51
Documentário sobre peça de José Agrippino de Paula e Maria Esther Stockler estreia no SescTV

Realizado pelo SescTV, o documentário inédito Rito do Amor Selvagem aborda performance homônima escrita e dirigida pelo romancista, cineasta, dramaturgo e artista multimídia José Agrippino de Paula em parceria com Maria Esther Stockler. A obra inovou o teatro brasileiro, em 1969, no Theatro São Pedro, em São Paulo, ao misturar diferentes vertentes da arte, como dança, teatro e performance. Dirigida por Lucila Meirelles, com trilha sonora de Cid Campos, a produção traz áudios originais de Agrippino e vai ao ar no canal nesta sexta-feira (20/09), às 23h.

A performance Rito do Amor Selvagem foi inspirada na peça As Nações Unidas, também escrita por José Agrippino, que mesclava música, história em quadrinhos e dança moderna, produzindo um resultado estético que flertava com a pop art, a contracultura e a ritualística afro-brasileira. Para conceber a obra, o artista teve a participação da sua mulher, a coreógrafa Maria Esther Stockler.

“A Maria Esther dirigiu grande parte e eu fiz também parte do roteiro, conta Agrippino em um dos áudios ilustrados com imagens da época. De acordo com ele, o Theatro São Pedro lotava todos os dias. As pessoas ficaram excitadas com o acontecimento”, diz o artista que morreu em 2007 aos 70 anos.

O documentário conta com depoimentos de pessoas que trabalharam no espetáculo e amigos de Agrippino e Maria Esther, como os atores Sérgio Mamberti e Stênio Garcia, os cineastas Jorge Bodansky e Hermano Penna, o músico Tom Zé, entre outros. 

Os entrevistados falam da importância da obra para o teatro no Brasil. Anárquica e, ao mesmo tempo, inventiva, um ritual em clima antropofágico, libertadora, inovadora e atual. Estas foram algumas definições usadas por eles para a montagem realizada na época em que o país vivia o Regime Militar.

Segundo Mamberti, foi uma performance de contracultura, com linguagem genuinamente brasileira. “Um espetáculo que revolucionou o teatro”, relembra Stênio Garcia, o intérprete mais experiente da obra. Ele deu vida a 12 personagens junto com o Sonda - grupo teatral formado por atores profissionais e amadores -, que encenou a peça.

Para Hermano Penna, Rito do Amor Selvagem tinha um cruzamento de signos culturais que anunciavam o tropicalismo, que teve Tom Zé como um de seus principais expoentes. O músico rememora nomes que integraram esse movimento cultural brasileiro surgido no final da década de 60, como os poetas Décio Pignatari e os irmãos Augusto e Haroldo de Campos, o artista plástico Hélio Oiticica, os cantores e compositores Caetano Veloso e Gilberto Gil, e, claro, José Agrippino de Paula, que se destacava com Rito do Amor Selvagem e com o livro PanAmérica, obra importante para o desenvolvimento da Tropicália.

Todos os entrevistados do documentário: Sérgio Mamberti, Stênio Garcia e Claudia Alencar, atores; Tom Zé, Carlos Bogossian e Norton Lagoa, músicos; Gerald Thomas, diretor de teatro; José Roberto Aguilar e Antônio Peticov, artistas plásticos; Jorge Bodanzky e Hermano Penna, cineastas; Jotabê Medeiros, jornalista; Míriam Chnaiderman, psicanalista e documentarista; Inês Stockler, cantora lírica; Celso Favaretto, professor de filosofia da USP; e Glauco Arbix, professor de sociologia da USP.

A produção é da Armazém Mídia Artes.

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