Nesta terça-feira (06/08), às 22h30, na TV Brasil, o programa
“Caminhos da Reportagem” conta a história de adolescentes que querem fazer
cirurgia plástica e que já passaram por algum tipo de procedimento. Uma
pesquisa da Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (ISAPS)
apontou que o Brasil é o País que mais faz cirurgia plástica em jovens.
Uma das personagens da matéria especial é a estudante Mylena
Julie, que tem 15 anos e tenta convencer a mãe a pagar uma cirurgia para
implante de silicone. Ela acredita que as imagens que vê nas redes sociais na
internet influenciam o seu desejo.
Já a comissária de bordo Flávia Almeida conta que cresceu complexada
com a orelha em abano. Ela fez a primeira cirurgia aos 15 anos, mas a orelha
voltou ao normal. Passou por uma nova cirurgia já na fase adulta.
O cirurgião plástico e responsável técnico pela unidade de
cirurgia plástica do Hospital Regional da Asa Norte (HRAN), em Brasília, Altino
Rezende, também foi entrevistado pela equipe do Caminhos da Reportagem. Ele
explica que há cirurgias que são estéticas, mas que há aquelas que são
reparadoras e para corrigir malformações congênitas.
É o caso de Kelvin dos Santos, de 14 anos, que nasceu com uma
malformação em uma das orelhas. Ele relata ter sofrido muito bullying na
escola: os colegas o isolavam e o maltratavam. A mãe, Ana Lúcia dos Santos, diz
que o filho sempre foi uma criança muito fechada e ela notava que era por conta
desse problema. Kelvin já passou por duas cirurgias de reconstrução da orelha e
ainda vai fazer mais uma. "Foi muito difícil passar por esse bullying na
escola. Depois disso eu fiz a cirurgia e me senti outra pessoa", comenta
Kelvin.
Para a nutricionista e professora da Universidade de Brasília
Renata Monteiro, a insatisfação corporal está atrelada a um processo de
sofrimento. “Se eu estou insatisfeita com algo que é tão próprio, tão meu, que
é minha imagem, como me apresento no mundo, possivelmente vou buscar coisas que
façam me sentir mais aceita”, afirma.
A psicanalista Márcia Maesso ressalta que é importante que os
pais estejam atentos. Segundo ela, é preciso dar espaço de fala para o
adolescente, para que possam perceber quando é algo que se torna muito
insistente e muito importante na vida do filho.