O medalhista olímpico na ginástica artística, Diego Hypólito,
foi o entrevistado de Daniela Albuquerque na edição mais recente do programa “Sensacional”
na RedeTV!.
Aos 32 anos, o ginasta se emocionou ao rever cenas da
conquista da medalha de prata nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, depois do
baixo desempenho nos torneios de Pequim (China/2008) e Londres (Inglaterra/2012).
“Quando vejo essas imagens, vejo tudo o que aconteceu, todas as exposições.
Tantos críticos. Muitas vezes achamos que não vamos conseguir alcançar os
sonhos”, afirmou.
“O que queria passar para a nossa sociedade é que a gente
parasse de tanto mimimi. Tantas situações julgando o próximo, se achando
superior em posições e atitudes, sendo que, na realidade, somos grandes
aprendizes da vida. Não sou o dono da verdade em nada, mas quando tudo dizia
que eu não chegaria onde cheguei, veio uma força interna, algo que eu acho que
vem dos brasileiros, que passam por problemas e dificuldades. Se fosse pensar
em desistir, eu deveria ter desistido há muito tempo”, refletiu.
Também na conversa, Diego compartilhou lembranças do momento
da apresentação que lhe garantiu um lugar no pódio da ginástica artística de
solo masculino. “Quando eu entrei na Arena [Olímpica], a primeira coisa que
pensei foi: O que eu estou fazendo aqui? Por que não desisti? Por que estou me
expondo mais uma vez?. Minha perna estava tremendo muito. E nessa hora me
coloquei no meu lugar: Diego, você treinou tanto para estar aqui, levanta a
cabeça e compete. E quando levantei para competir tive a certeza de que daria
certo. Por isso, falo que a minha história não seria nada se não fosse Deus.
Uma pessoa que foi para os Jogos [Olímpicos], caiu; foi para o outro [torneio],
caiu. Sofreu todos os preconceitos da negação para estar na outra edição.
Ninguém acreditava que iria chegar. Eu tinha o apoio da torcida, que era o que
me sustentava nessas horas. Não fui negado por dirigente, mas por pessoas do
esporte eu não me sentia apoiado, e não era”, explicou.
Em outro momento do bate-papo, Diego fala sobre a depressão,
diagnosticada em 2014, que o levou a tentar suicídio. “Não sei porque fiz isso,
acho que era um período de muito desespero. Quando a gente tem uma crise de
ansiedade, a gente não sabe o motivo. Eu tomei remédio durante dois anos e hoje
em dia não tomo mais, estou curado”, disse. “O esporte me construiu uma
fortaleza como pessoa. Se não fosse o esporte não teria me tornado forte, não
teria conhecido o mundo todo, não teria tido oportunidades financeiras, e isso
precisa ser para todos, não só para o Diego. Muitos talentos se perdem no meio
do caminho”, defendeu.
“Eu me lembro de ir treinar sem ter o que comer, lembro do
desespero da minha mãe”, contou, refletindo sobre uma época de dificuldades
financeiras na família. “O Flamengo ficava meses sem pagar, a gente não tinha
condição nenhuma de nada. Não pagavam o aluguel, não pagavam a minha irmã
[Daniele Hypolito]. Não tínhamos dinheiro para nada”, recordou.
Diego recentemente se assumiu gay publicamente e revelou
estar com o coração preenchido. “Estou namorando, mas identidade não revelada.
O importante é que é alguém que me faz bem”, comentou, comemorando a relação de
um ano e meio.