Os artistas de rua ganham destaque no “Caminhos da Reportagem”
desta terça-feira (11/06), às 22h30, na TV Brasil.
Muitos desses artistas veem as ruas como oportunidade para
começar e se aperfeiçoar. Foi o caso da cantora inglesa Jesuton, que iniciou no
Brasil, numa esquina em Ipanema, no Rio de Janeiro, a carreira como cantora.
Ela conta que estranhou no início porque as pessoas achavam que ela era
moradora de rua por estar cantando na calçada. “Eu via que ainda não era uma
coisa tão normal, tão tradicional e até não tão aceito aqui no Brasil”,
comenta.
Foi nas ruas também que o cantor Edson Cordeiro começou sua
carreira. Para ele, não importa o local onde o artista se expressa. Mas foi na
rua Barão de Itapetininga, em São Paulo, que ele descobriu que o seu canto
agudo agradava as pessoas e onde, pela primeira vez, ele percebeu que poderia
ser sua profissão.
A equipe do programa conheceu a Catavento Companhia Circense,
uma escola de circo em Goiânia, onde há artistas de rua se aperfeiçoando. O
coordenador da escola, Felipe Nicknig, diz que esses artistas estão ocupando as
ruas não por falta de opção, mas para abordar as pessoas no contexto onde elas
estão.
É o caso da uruguaia Rocío Caeiro, especialista em malabares
e tecido acrobático. “Eu gosto da rua, porque você tem essa conexão com as
pessoas, porque você consegue chegar em pessoas que às vezes não estão te
procurando, que às vezes nem sabem que você existe”, afirma.
Leonardo Antonio Serli, venezuelano e também aluno da escola,
que se apresenta em semáforos com roda cyr, uma espécie de bambolê gigante, diz
que nem sempre é necessário o dinheiro para agradecer. “O parabéns é a
expressão de alegria e satisfação da pessoa que assistiu ou viu, é isso que o
artista de rua precisa”, observa.