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Divulgação - SescTV
 
MANCHETES

» 22/05/2019 - 18:21
Antropólogos e urbanistas discutem efeitos das migrações no País em episódio inédito no SescTV

Cidade e Migrações, oitavo episódio da série a Cidade no Brasil, discute os deslocamentos externos e internos de pessoas responsáveis pela formação e configuração das cidades no país. São indígenas, europeus, africanos e tantas outras populações que fizeram das urbes brasileiras o que elas são hoje: uma mistura de etnias e culturas. Com direção da cineasta Isa Grinspum Ferraz, o documentário inédito será exibido nesta quarta-feira (22/05), às 21h, no SescTV.

No episódio Cidade e Migrações, Antonio Risério proclama: “Somos todos imigrantes”. O antropólogo afirma que mesmo os indígenas não têm suas origens no Brasil, já que eles vieram de remotas migrações paleoasiáticas. “Ao que tudo indica, a terra atualmente brasileira foi habitada antes deles por grupos de negroides, como de Luzia, em Minas Gerais”, comenta se referindo ao fóssil humano mais antigo do Brasil e das Américas, com cerca de 12.500 anos.

Risério também fala sobre migrações primárias e secundárias. Ele explica que a primeira é representada pelos grupos procedentes de terras orientais, como Portugal e o Continente Africano, e a segunda se refere às etnias que já estavam em algum lugar do país e se deslocaram para um outro, como os Tupis. “Eles não eram originalmente litorâneos, migraram para a beira do mar”, lembra.

A vinda de estrangeiros para o Brasil, como japoneses, coreanos, bolivianos e, mais recentemente, do Continente Africano e do Oriente Médio, e os deslocamentos dos próprios brasileiros em seu país são citados pela antropóloga Bela Feldman Branco como importantes para a formação das metrópoles, por suas diferentes culturas. Entretanto, ela ressalta a delicada situação dos migrantes que vivem em ocupações, em cidades como São Paulo.

Para o arquiteto e urbanista Guilherme Wisnik, a globalização coopera com o aumento da migração, facilitando o trânsito das pessoas e o intercâmbio de conhecimento cultural, o que, para ele, tem um sentido democrático. Porém, Wisnik acredita que há um outro lado da moeda: o nivelamento cultural provocado pela indústria da cultura, que destrói as tradições nativas. “Esse é um processo de perda cultural terrível”, esclarece.

O climatologista Carlos Nobre destaca a migração de populações oriundas das regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil, nas décadas de 70 e 80, para a Amazônia, em busca de uma vida melhor. De acordo com ele, os atrativos foram a pecuária, na zona rural, o Polo Industrial de Manaus e, principalmente, projetos de assentamentos.

Já José Eli da Veiga, professor do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo, recorda o crescimento rápido do êxodo rural brasileiro nessas décadas, dando origem a grandes concentrações de habitantes em centros urbanos que não estavam preparados para recebe-las. “Embora isso interessasse, em termos de baratear a mão de obra, não tinha como dar educação, saúde etc.”, reitera Veiga.

O documentário traz ainda depoimentos da antropóloga Manuela Carneiro da Cunha, dos arquitetos e urbanistas Paulo Ormindo e Marta Bogéa e do educador Eduardo Cardoso. Eles falam sobre a diversidade de pensamentos e de cultura em cidades com diferentes etnias, e sobre o reconhecimento do conflito como necessário para se viver de modo civilizado e respeitoso nas urbes.

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