Nesta terça-feira (14/05), às 23h30, na TV Brasil, o programa
“Trilha de Letras” recebe o escritor e jornalista Joaquim Ferreira dos Santos
para um papo com Katy Navarro sobre o cronista e a cidade. "Os cronistas
dão uma ilusão de que escrever é fácil", sugere o convidado no início da
conversa.
"Você lê o Rubem Braga com aquelas palavras curtas e
vocabulário constante. Olha aquilo e pensa que sabe fazer também. E tenta
fazer, mas a maioria das pessoas quebra a cara porque o texto tem truques,
artimanhas e técnicas sofisticadas", explica. "Você lê e escreve.
Acredito que não precisa de muito mais para se fazer um país melhor",
avalia.
Joaquim Ferreira dos Santos conta como aprendeu a se
identificar com crônicas. "Eu comecei a gostar de ler com os textos dos
cronistas Rubem Braga, Paulo Mendes Campos e Fernando Sabino. Esses caras
escreviam nos anos 1960 na Revista Manchete", lembra.
O convidado enumera alguns dos assuntos que eram abordados
pelos mestres que citou. "Eles falavam sobre cidade, comportamento,
situações corriqueiras, as cores da primavera; temas que são muito próximas com
uma linguagem atraente. Eu adorava ler aquilo", reflete.
Dentre os autores contemporâneos e da nova geração, Joaquim
Ferreira dos Santos destaca nomes como Antonio Prata e Xico Sá. Ele comenta o
jeito de escrever e os assuntos da atualidade abordados nessas produções
literárias.
Essa edição do programa Trilha de Letras conta, ainda, com o
depoimento do também cronista e fotógrafo Léo Aversa. Ele analisa a
transformação que esse texto proporciona ao leitor. "A crônica é sempre em
primeira pessoa e traz minhas experiências. Ela funciona a partir de uma volta
no quarteirão e se observar o que está acontecendo. Aí aparecem as
ideias", ensina.
No quadro "Leituras", a produtora Maíra de Assis
narra um trecho e comenta um trecho do livro "Ironias do tempo", do
escritor Luís Fernando Veríssimo. Já no quadro "Dando a Letra",
Marcelo Asset fala sobre a sua obra "Acetetos".