A TV Brasil termina a sétima temporada do programa Samba na
Gamboa com a edição inédita em que o apresentador Diogo Nogueira recebe os
bambas Xande de Pilares e Juninho Thybau neste sábado (19/01), às 18h30.
O trio canta sambas antigos e recentes que marcaram o gênero
como "Filhos de Jorge", "Nosso jeito", "Clareou",
"Brincadeira tem hora", "Deus é mais" e "A vitória
demora mas vem".
Este episódio da atração musical da emissora pública faz um
tributo aos grandes versadores, mestres da arte do improviso, com destaque para
o saudoso Almir Guineto. Dois expoentes das rodas de partido alto, Xande de
Pilares e Juninho Thybau, mergulham na história dos mais famosos quintais do
Rio de Janeiro e da poesia que brota dos terreiros.
Nascido de uma linhagem nobre, Juninho Thybau é herdeiro de
nomes como Zeca Pagodinho (tio), Beto Gago (pai) e do avô, Thybau, que promovia
grandes rodas. Cantor e compositor, ele já coleciona sucessos como as canções
"Eu carrego o patuá", gravada por Mariene de Castro, e "A
vitória demora mas vem", gravada por Diogo Nogueira.
Xande de Pilares foi criado no Morro da Chacrinha, onde a
família já realizava encontros musicais no quintal. Aprendeu a tocar violão
ainda menino. Autodidata, foi aprimorar seu talento nos pagodes do Cacique de
Ramos e outros célebres terreiros do samba do Rio. Em 1992, passou a formar o
grupo Revelação e hoje se destaca em carreira solo.
Durante a conversa deste Samba na Gamboa, o cantor e
compositor Xande de Pilares conta que sua mãe era muito severa e não gostava
que ele andasse muito pelo morro. Assim, quando menino, o músico se divertia
com o violão em casa. Como os tios tocavam, foi aprendendo e aperfeiçoando seu
talento ainda na infância.
Mais tarde, foi metalúrgico, trabalhou como faxineiro, mas
nunca abandonou seu sonho. Frequentava rodas como a do Cacique de Ramos, onde
aprendeu a arte de versar com feras do partido alto. No mais famoso quintal do
samba, conheceu Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Almir Guineto.
Juninho Thybau também tem na família sua grande inspiração. A
casa do velho Thybau, o avô, era o grande quartel-general da família. Aos
poucos, Juninho foi ganhando fama nas rodas da cidade e suas composições foram
se tornando famosas mesmo sem mídia nem rádio.
Sobre a capacidade de improvisar nas rodas de partido alto,
uma de suas principais características, ele brinca: os amigos já o jogaram no
miolo da roda do Pagode do Cobra, uma das mais tradicionais, para versar. Dali,
foi para o Cacique de Ramos, onde o saudoso Renatinho Partideiro, um dos mais
famosos versadores do mundo do samba, o botou no palco.
Xande e Juninho também
fazem homenagem a um dos maiores nomes do partido alto no Brasil: o mestre do
samba, Almir Guineto. Expoente do Morro do Salgueiro, Almir foi um dos mais
respeitados artistas do mundo do samba.