No “Cinejornal” deste sábado (15/12), às 21 horas, pelo Canal
Brasil, Simone Zuccolotto entrevista Murilo Benício. O ator, que estreia como
diretor em “O Beijo no Asfalto”, filme baseado na peça homônima de Nelson
Rodrigues, falou sobre esse projeto, sobre ter sido o protagonista de “O Animal
Cordial”, de Gabriela Amaral Almeida, e sobre ‘Pérola’, adaptação da peça de
Mauro Rasi e seu segundo filme como diretor.
“Eu não lembro exatamente o que me levou ao ‘Beijo’ [O Beijo
no Asfalto]. Eu me lembro que o que me gerou o meu fascínio pelo Nelson
Rodrigues é que meu pai era um cara que lia muito – e que por isso tinha uma
cabeça muito diferente da realidade dele. Me recordo dele falando o quanto o
Nelson era genial. Mas nessa época eu não tinha nem começado a fazer teatro...
eu tinha oito ou nove anos de idade”, conta.
Ao falar de “Pérola” e da experiência de dirigir, Benício
explica: “Eu acho que eu curti muito essa história de dirigir atores porque eu
acho que sou muito útil na função de diretor. Eu não tenho a pretensão de fazer
uma carreira linda e espetacular porque existem muitos que estudaram a vida
inteira e que fazem isso muito melhor do que eu. Mas existe uma coisa: eu
comecei a estudar teatro com 11 anos de idade, eu já vivi coisa pra caramba, eu
já fiz coisa pra caramba, eu entendo muito do ator. A gente tem poucos
diretores que falam a linguagem do ator. Eu muitas vezes consigo entregar
caminhos para os atores porque já estive em algum momento em situações
parecidas”.