Show Viva Naná! presta homenagem a um dos mais importantes
percussionistas brasileiros, Naná Vasconcelos (1944 - 2016). Influenciador de
gerações e eclético em suas tendências musicais, o multi-instrumentista, cantor
e compositor é lembrado por artistas inspirados na obra e carreira do músico
pernambucano.
O espetáculo é dividido em duas partes: na primeira se
apresentam Badi Assad, Orquestra de Objetos Desinventados, e Voz Nagô; e na
segunda, Lui Coimbra, Quadril Quarteto de Cordas, Marivaldo dos Santos e
Sementeira. As duas partes serão exibidas na sequência, neste sábado (17/11), a
partir das 22h, no SescTV, com direção musical do percussionista e compositor
Caíto Marcondes
Juvenal de Holanda Vasconcelos ficou conhecido no Brasil e no
exterior como Naná Vasconcelos. Nasceu no Recife, morou no Rio de Janeiro,
Paris e Nova Iorque. Gravou e tocou com importantes nomes da música nacional e
internacional, como Milton Nascimento, Jards Macalé, Gal Costa, Os Mutantes,
Miles Davis e B.B. King. Ao longo de sua carreira, ganhou oito prêmios Grammy e
foi considerado, também por oito vezes, o melhor percussionista do mundo pela
revista norte-americana Down Beat.
Integrantes da Orquestra de Objetos Desinventados, que
utilizam objetos do cotidiano como instrumentos, tecem elogios ao mestre
pernambucano. Para Pax Bittar, o artista era um visionário musical. Eduardo
Scaramuzza diz que "é difícil encontrar um percussionista hoje, no Brasil,
que nunca ouviu a discografia do Naná, ou não é influenciado de alguma forma
por ele". Já Daniel Altaro recorda a facilidade que ele tinha de migrar de
um gênero musical para outro, produzindo sonoridades diferentes.
Patrícia Vasconcelos, viúva de Naná, destaca a sensibilidade
criativa do marido, e o violoncelista e cantor Lui Coimbra revela que o
pernambucano dava oportunidade para os músicos fazerem o que gostavam e, com
isso, podiam ser originais e construir suas próprias histórias. Para Caíto
Marcondes, Naná era um artista sem barreiras.
A violonista, cantora, percussionista e compositora Badi
Assad fala sobre a primeira vez que viu Naná, em um show dele, e como o seu
repertório a influenciou. "Ele levou a gente para todos os lugares que ele
quis. Levou para a Amazônia, para dentro do rio, para a cidade. E foi a
primeira vez que eu realmente compreendi como era possível trazer a natureza
para a música e para o palco", revela Badi. Ela afirma que depois daquele
espetáculo nunca mais foi a mesma.
Na primeira parte do show Viva Naná!, os participantes
apresentam composições como Hino da África do Sul, de domínio público; Asa
Branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira; e Ai Que Saudade D´ocê, de Vital
Farias. Na segunda parte, estão composições como Lamento Sertanejo, de Gilberto
Gil e Dominguinhos, com arranjo de Caíto Marcondes; O Violeiro, de Elomar; e
Nas Águas Verdes do Mar, de domínio público, com adaptação de Lui Coimbra. Além
disso, obras de Naná Vasconcelos estão nas duas partes do espetáculo. Dentre
elas, Sou do Bem; Nizinga; e Nada Mais Sério. Gravado no Sesc 24 de Maio, na
capital paulista, o show tem direção geral de Rodrigo Giannetto.