A comunicação pública tem um papel fundamental no Brasil e no
mundo de modo complementar aos sistemas estatal e privado. O programa “Mídia em
Foco” abre o debate sobre o assunto na edição inédita desta segunda-feira (12/11),
às 22h45, na TV Brasil.
Para discutir a importância da mídia pública, o programa
apresentado por Paula Abritta recebe três jornalistas que estudam o tema: as
professoras Márcia Detoni e Mariângela Haswani e o pesquisador Octavio Penna
Pieranti.
A produção aborda questões relacionadas aos modelos de
financiamento, à autonomia financeira e editorial, ao alcance popular, à
participação crítica da sociedade e ao tipo de conteúdo a ser veiculado. A
ideia é refletir sobre a busca por uma mídia pública independente, plural,
inovadora e de qualidade.
As diversas plataformas que surgiram a partir do advento das
novas tecnologias embasam a argumentação da jornalista e professora Márcia
Detoni. A educadora da Universidade Mackenzie destaca como essa percepção já tem
repercutido no exterior.
"As novas tecnologias são uma grande oportunidade para o
rejuvenescimento da mídia pública, e a gente observa que essa oportunidade tem
sido muito bem aproveitada nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Eles
perceberam que não são apenas uma emissora de TV ou uma emissora de rádio, que
uma emissora pública é uma provedora de conteúdos nas mais diversas
plataformas", afirma.
Professora da Escola de Comunicações e Artes da USP,
Mariângela Haswani analisa o papel da mídia pública sob a ótica do interesse da
população. "A comunicação pública é a única ferramenta capaz de garantir a
democracia. Como é que alguém lá na ponta vai decidir alguma coisa se ele não
tem a informação aqui no começo?", questiona.
O financiamento desse sistema é posto em pauta pelo
jornalista e pesquisador Octavio Penna Pieranti, autor do livro "A
radiodifusão pública resiste: a busca por independência no Brasil e no leste
europeu".
"A radiodifusão pública tem que ter fontes de
financiamento plurais que lhe permitam sobreviver. E não é sobreviver sem
dignidade, é sobreviver com recursos necessários para o seu investimento",
pondera o estudioso.