Após conquistar seis campeonatos mundiais de bodyboard e dois
títulos do ISA Games, Guilherme Tâmega ouviu o chamado de Pipeline e partiu
para uma nova empreitada em sua carreira: o de virar salva-vidas no Havaí. A
história do carioca é o tema do quarto episódio de “Profissão: Salva-Vidas”,
que vai ao ar no Canal OFF nesta sexta-feira (10/08), às 21h30.
Guilherme Tâmega conta sobre a emoção de pegar um tubo em
Pipeline, todas as famosas “vacas” e que ser salva-vidas em North Shore é uma
tarefa difícil, que exige muita responsabilidade e experiência. Ele fala ainda
sobre os salvamentos dos surfistas Dylan McGinn e Dusty Payne, que estão entre
os mais difíceis que já realizou.
“Escolhi essa profissão no Havaí pela onda de Pipeline. Foi a
melhor maneira possível de me manter no meu habitat natural, que é o oceano.
Lembro de quando eu saia da água após as competições e via os caras de amarelo
na torre de salva-vidas. Eu falava que podia fazer isso, ficar o dia inteiro
olhando para a água e tomando conta de Pipeline. É a onda do meu coração, que
me fascina e me desafia”, diz Tâmega.
Mesmo os seis campeonatos mundiais nas costas não foi o
suficiente para ele entrar na carreira. Começar como salva-vidas não foi um
processo fácil. “Depois que encerrei minha carreira no boadyboard, falei que ia
ser salva-vidas de Pipeline. Então lutei por isso, você não entra na corporação
e já vai para Pipeline. Você conquista o seu posto. Foi uma caminhada dura e
hoje eu consegui chegar lá. E tenho que trabalhar muito bem e muito forte para
manter o posto. Mas com toda a paixão, o desafio e o amor pelo lugar, tudo sai
bem e as coisas acontecem”, explica Tâmega, que está desde 2014 na profissão.
Guilherme estima já ter realizado mais de 100 resgates no
geral, entre eles o de um bodyboarder americano que bateu no recife de coral de
Pipeline em 2016 e ficou desacordado. Essa possibilidade de poder ajudar os
outros foi um fator determinante para a guinada na carreira.
“Ser salva-vidas aqui tem tudo a ver com a minha proposta de
vida. Sou uma pessoa da água que ama o oceano, um desafio e uma onda perigosa.
Isso tudo juntou o útil ao agradável. Sou um cara que gosta de ajudar o próximo
e acho que me encaixo muito bem nessa profissão, principalmente aqui no Havaí”,
afirma.