Depois de um intervalo de duas semanas durante a fase
decisiva da Copa do Mundo, o programa “Trilha de Letras” volta ao seu horário
habitual às terças, às 21h15, com edições inéditas da segunda temporada da
atração literária da TV Brasil.
As premiações literárias estão em foco depois de escândalos
envolvendo acusações de assédio, homofobia e até crimes financeiros. Por conta
disso, o prêmio Nobel de Literatura deste ano não será escolhido. Já no Brasil,
o prestigiado Jabuti foi duramente criticado por escritores.
Para analisar o panorama sobre esse assunto, o autor e
apresentador Raphael Montes entrevista o também escritor Henrique Rodrigues,
responsável pelo Prêmio Sesc, no Trilha de Letras desta terça-feira (17/07), às
21h15, na TV Brasil.
Durante a conversa, a atração da emissora pública mostra que
apesar das polêmicas, os prêmios são importantes para divulgar a boa literatura
e estimular o surgimento de novos autores não só no Brasil como também no
mundo.
"Os prêmios tentam acompanhar as mudanças culturais. Às
vezes acontecem alguns atropelos", analisa o convidado Henrique Rodrigues
que critica ainda o distanciamento entre os escritores e o público. "É
preciso aproximar os autores dos leitores no dia a dia", comenta.
Henrique Rodrigues também analisa a dinâmica do mercado
editorial que nem sempre corresponde o reconhecimento dos autores com prêmios
ao aumento de vendas. "O autor precisa ter algo a dizer. A distribuição de
livros no Brasil é um problema. A quantidade de livrarias no país é cada vez
menor, mas os leitores existem. As pessoas querem ler", diz.
Essa edição do Trilha de Letras conta, ainda, com a
participação do escritor mineiro Jacques Fux, autor de "Nobel", seu
quarto romance que aborda a atividade criativa no meio literário. Ele analisa
se o papel das premiações precisa ser revisto. O autor tem uma postura crítica
sobre essa questão.
A dica literária da jornalista Katy Navarro é o livro "A
Tirania do Amor", lançado este ano pelo aclamado escritor Cristóvão Tezza.
A literatura de cordel é o tema do quadro "Dando a letra". O
cordelista Aderaldo Luciano fala sobre essa forma poética genuinamente
brasileira.