O “Caminhos da Reportagem” desta quinta-feira (21/09), às
22h, na TV Brasil, abre espaço para um debate sobre suicídio. A equipe que fez
a matéria especial "Precisamos falar sobre isso" consulta
especialistas, profissionais da saúde, pesquisadores e pessoas que tentaram o
suicídio, além de parentes e amigos de quem cometeu.
De acordo com especialistas, preconceito, tabu, medo do
chamado efeito "contágio" e transtorno mental são algumas das razões
que impedem que essa questão seja discutida pela sociedade em várias esferas
seja no campo da saúde e, inclusive, na própria mídia.
A última pesquisa sobre as estatísticas realizada pela
Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2012, aponta um aumento de mais de 10
por cento na taxa. "Neste período tivemos quase duas mil mortes no Brasil,
o que representa mais de 30 mortes por dia, e o que deixa o país como oitavo no
mundo e o primeiro na América Latina", afirma a médica psiquiatra
Alexandrina Meleiro.
Realizado sob a perspectiva das novas regras das OMS que
norteiam os jornalistas a abordar o tema, o Caminhos da Reportagem se utiliza
de ética, responsabilidade e informação para tratar o assunto, considerado de
saúde pública por médicos e pesquisadores.
A equipe da TV Brasil conversa com parentes das vítimas de
suicídio e pessoas que tentaram e hoje dão exemplos de superação. A matéria
especial "Precisamos falar sobre isso" do Caminhos da Reportagem
explica porque o suicídio é um caso de saúde pública e como pode ser nocivo o
silêncio que recai sobre as famílias que não dividem a dor, o luto e a
"culpa".
O músico, ator e modelo transexual Apolo Pinheiro recorda uma
fase delicada de sua vida. "Na adolescência tive um período conturbado com
a minha família, mas graças a Deus passou!”, esclarece. Já Ivo Farias, pai de
vítima de suicídio, fala sobre as lembranças do ente querido. "A culpa de
quem fica nos acompanha até o fim da existência", diz.
A cabeleireira Rozimeire Barboza destaca a importância da
família. "Fiz uma ligação para minha filha, na época com 9 anos, e me dei
conta que minhas filhas precisavam de mim", comenta sobre o que pensou
após a terceira tentativa de suicídio.