O Mariana Godoy Entrevista desta sexta-feira (23) recebeu o
ministro do Esporte Leonardo Picciani e a banda Maneva. O ministrou falou sobre
o legado olímpico, as reformas que o governo tenta implantar no país, a crise
financeira do Rio de Janeiro e a crise política enfrentada por Michel Temer.
Picciani falou sobre as duras declarações que seu pai, Jorge
Picciani, presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, fez contra
Luiz Fernando Pezão, governador do Estado, chamando-o, inclusive, de
incompetente e sugerindo um processo de impeachment: "Não me cabe comentar
as declarações do meu pai. Ele é responsável pelas suas posições. Vive no dia a
dia essa angústia do enfrentamento da crise financeira do Rio de Janeiro".
Leonardo Picciani afirmou que a Assembleia do Rio tem
cumprido os acordos firmados tanto com o Estado quanto com a União e acusou:
"A crise, evidentemente, foi gerada pelo Poder Executivo, que gere as
contas do Estado e que não conseguiu antever esses problemas, essa mudança da
economia, não conseguiu rever as suas despesas, não conseguiu revisar os seus
contratos e levou o Estado a essa situação".
Diante da afirmação de Mariana Godoy de que o PMDB quebrou o
Rio de Janeiro, Leonardo Picciani discordou: "Eu não diria que foi o
PMDB". Ele prosseguiu: "Todos nós somos do PMDB, então todos nós
estamos tentando resolver a crise".
O ministro falou de sua boa relação com o governador, mas
criticou sua gestão: "Pezão é uma boa pessoa, mas como gestor tem deixado
a desejar na sua atuação". Questionado se o governador chega até 2018,
Picciani disse que sim, caso tome medidas importantes.
Diante da mesma questão, mas sobre o presidente Michel Temer,
Picciani garantiu que o peemedebista chega até o fim de 2018 à frente da
presidência da República: "O Temer eu tenho absoluta convicção de que
chega". Ele criticou as delações de Joesley Batista, da JBS, e atacou:
"O que a gente vê ali é um empresário bandido, que foi lá tentar armar um
flagrante contra o presidente da República".
Ao ser questionado sobre a responsabilidade de Sérgio Cabral
na situação calamitosa em que vive o Rio de Janeiro e sobre os supostos crimes
por ele cometidos, Leonardo Picciani foi objetivo: "Não vou aqui
prejulgar, o governador ainda precisa ser julgado, ele responde aos processos,
deve ter garantido o seu direito de defesa, e ao final vai caber à Justiça
condená-lo no que for considerado culpado, absolvê-lo no que não for. Não sou
juiz, não me cabe fazer esse papel". Picciani continuou:
"Evidentemente que a corrupção, em havendo, seja no Rio de Janeiro, seja em
qualquer lugar, ela sempre traz danos, danos que devem ser sempre coibidos, mas
a gente reduzir a análise sobre a crise no Rio de Janeiro à análise simplista
de que foi só corrupção que levou a essa situação nós não vamos resolver o
problema".
Questionado sobre os motivos que levariam as pessoas a
procurarem os famosos outsiders, candidatos fora da política tradicional, e a
citar nomes como o de Luciano Huck e até do técnico Tite, da seleção brasileira
de futebol, como esperanças para o futuro do país, Picciani ponderou: "A
democracia permite esse tipo de ação. Se qualquer uma dessas pessoas se motivar
a estar na política ótimo, que se filie a um partido, que dispute as eleições,
eu acho positivo". Ele ainda observou: "Eu acho que a gente não deve
criminalizar a política. Nós devemos buscar punir quem se desviou".
Apesar de o PMDB e o PSDB estarem chegando ao centro da
Operação Lava Jato, o ministro do Esporte não crê em um encolhimento do seu
partido nas eleições, como ocorreu com o PT: "O PMDB é um partido com muita
vitalidade, um partido muito plural, um partido que tem quadros das mais
diversas matizes ideológicas, dos mais diversos segmentos e, com isso, o PMDB
consegue sempre se reinventar, consegue sempre sobreviver a este momento, mas
se tiver que pagar, tanto o PMDB quanto outro partido, se tiver que pagar um
preço de diminuir para se reformular é positivo, porque vai renascer melhor,
vai renascer mais forte". Ele observou: "O PMDB nasceu da junção de
todos aqueles que se opunham ao regime da Ditadura Militar e essa democracia
interna está no DNA do partido, está em vigor até os dias de hoje".