O programa Trilha de Letras recebe o escritor e jornalista
Sérgio Rodrigues nesta quinta (18/05), às 21h30, na TV Brasil, para uma conversa
sobre a língua portuguesa. Em seu último livro "Viva a língua
brasileira", o escritor e consultor de gramática faz uma viagem amorosa,
sem caretice e sem vale-tudo sobre o uso do idioma.
Para aprofundar o assunto, o apresentador Raphael Montes, em
companhia da jornalista Katy Navarro, debate com Sérgio Rodrigues as variações
linguísticas e a avaliação do conceito de certo na língua falada e escrita.
Também participam do programa a escritora Kátia Gerlach e o professor e
consultor de gramática Sérgio Nogueira.
Durante o papo, Sérgio Rodrigues conta a origem de algumas
expressões idiomáticas, cita erros que estão virando acertos, destaca modismos
que convém evitar, assinala “erros” que as patrulhas inventam e comenta as
dúvidas mais comuns da língua portuguesa.
Apesar da extensão territorial, todos os brasileiros falam o
mesmo idioma. Apesar disso, muitas vezes parece que em diferentes estados se
fala uma outra língua. Do Oiapoque ao Chuí a distância entre o português falado
e o escrito é considerável.
Em forma de verbetes rápidos e instrutivos, Sérgio Rodrigues
traz dicas e esclarece dúvidas comuns no livro "Viva a língua
brasileira". Durante a entrevista ao Trilha de Letras, o autor pondera
sobre as características regionais.
"Tem um mal-entendido do pessoal que ouviu o galo da
sociolinguística cantar e não entendeu direito: uma coisa é você respeitar as
variações regionais, outra coisa é você a partir disso se voltar contra a norma
culta, como se a norma culta fosse alguma imposição fascista", comenta.
Sérgio Rodrigues aborda a gramática tradicional normativa,
baseada em regras que se pretendem válidas para todo falante de português em
qualquer lugar, seja em Portugal, no Brasil ou na África.
O escritor também aborda a sociolinguística, que não está tão
preocupada com a gramática normativa, mas com o modo como as pessoas falam de
verdade. Para essa interpretação não faz muito sentido a ideia de certo e
errado.
"Uma coisa é o bom senso, o conhecimento histórico que
devemos da língua para não nos tornarmos pessoas intolerantes", afirma
Sérgio Rodrigues. "Outra coisa é você querer que a língua solucione
problemas sociais do mundo. A língua é um reflexo deles. A revolução não vai
começar pela língua, tenho certeza. Ela pode ser a consequência talvez",
reflete.
Natural de Muiaé, Sérgio Rodrigues vive no Rio de Janeiro
desde 1980. Ficcionista, crítico literário e jornalista, ele é autor dos
romances “O drible” (2013), vencedor do Grande Prêmio Portugal Telecom 2014);
“Elza, a garota” (2009) e “As sementes de Flowerville” (2006). O escritor
também é responsável pelas coletâneas de contos “O homem que matou o escritor”
(2000) e “Sobrescritos” (2010), entre outras publicações.