NEWSLETTER
Cadastre seu e-mail:

Divulgação - Curta!
 
MANCHETES

» 26/11/2025 - 16:06
Paraíso analisa mito da democracia racial a partir de obra de Gilberto Freyre no Curta!

Nesta sexta-feira (28/11), às 21h30, o documentário Paraíso estreia no Curta!. A produção analisa o livro Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre, lançado em 1933. O estudo se tornou, entre críticas e elogios, referência na compreensão da formação da sociedade brasileira e, especialmente, de suas relações raciais.

O longa é uma produção original do Curta!, viabilizada através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) para estreia no canal. Com direção de Ana Rieper, a produção é da Paladina Filmes, com narração da atriz Elisa Lucinda. Com imagens de arquivo, depoimentos inéditos e trechos do livro de Freyre, o documentário discute o mito da democracia racial com uma narrativa artística que liga o presente ao passado.

Num país de contrastes e símbolos marcantes, o documentário usa imagens de arquivos que sobrepõem a elegância de eventos sociais em locais como o Copacabana Palace, com o caos urbano, como as batidas policiais nos ônibus que deixam a praia, a poucos metros do hotel. Dos desfiles de moda à vigilância policial, a obra revela como a sociedade tenta mascarar suas contradições.

‘A família, não o indivíduo nem tampouco o Estado, nem nenhuma companhia de comércio, é desde o século XVI o grande fator colonizador no Brasil. A força social que se desdobra em política constituindo-se na aristocracia colonial mais poderosa da América’, analisa Gilberto Freyre no livro.

Intercalando trechos do livro com depoimentos de trabalhadores, que relatam suas histórias e desafios, o filme debate temas como latifúndio, exploração, conflitos rurais, classe social e escravidão.

‘Três horas da manhã tem de sair para trabalhar por 45 reais. Será que é justo? Isso é um escravo. Não fornecem equipamento, nada, nem comida, que a gente leva de casa. E indígenas como nós ficamos acuados, vamos fazer o que? Quem olha por nós?’, questiona um trabalhador indígena.

As teorias de Freyre se tornaram base de muitos estudos e o mito da democracia racial se consolidou. Diante dos códigos sociais e estéticos que preservam as estruturas de classe e raça no país, a ideia da harmonia racial mascarou violências e preconceitos que seguem marcando a sociedade brasileira.

‘As diferentes experiências de liberdade também foram atravessadas por uma diferente condição que marcou nossa história desde muito cedo: a miscigenação. Não estamos falando do Brasil brasileiro cantado nos versos de Ary Barroso. Era uma mestiçagem originada em uma sociedade patriarcal e escravocrata onde violência sexual contra mulheres negras e indígenas eram frequentes, constituindo mais uma forma de dominação’, enfatizou Freyre.

HOME         MANCHETES        BLOG FABIOTV       CONTATO        PUBLICIDADE

2007 - 2025  fabiotv.com.br - Todos os direitos reservados.