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MANCHETES

» 25/11/2025 - 16:48
Segunda parte de Frantz Fanon: Sobre a Violência aborda Frente de Libertação de Moçambique e imagens da guerra de independência de Guiné-Bissau

Muitas das discussões, desafios e problemas globais contemporâneos foram antecipados por Frantz Fanon. Em seu livro Os Condenados da Terra (1961), o intelectual fez um estudo sobre o colonialismo e seus pensamentos são destacados na segunda parte do documentário ‘Frantz Fanon: Sobre a Violência’, que estreia nesta quinta-feira (27/11), às 22h, no Curta!.

No filme de Göran Hugo Olsson, narrado por Ms. Lauryn Hill, imagens que mostram o cotidiano de violências nas antigas colônias europeias na África são combinadas com os textos de Fanon. Na segunda parte do filme, as estruturas de poder que submetem os povos nativos a condições degradantes são detalhadas, apresentando caminhos para criar perspectivas revolucionárias.

Se atualmente temas como justiça climática e superexploração da natureza estão em voga, o livro de Fanon, publicado há meio século, contribui com análises relevantes. Ao registrar técnicas de extração que rasgam as terras africanas, o documentário mostra como o colonizador explora a força de trabalho estrangeiro e suas riquezas naturais para enriquecer a metrópole.

‘O opressor inicia o processo de dominação, de exploração e de roubo. Em outra esfera, a criatura retorcida e espoliada, que é o nativo, abastece o processo ao máximo. O processo segue ininterruptamente, dos bancos do território colonial aos palácios e às docas da pátria-mãe’, denuncia Fanon.

O documentário exibe imagens das lutas pela independência na África. Ao acompanhar as táticas e ideais como os da Frente de Libertação de Moçambique, a produção aborda as teorias de Fanon sobre o uso das forças simbólicas e militares para oprimir a população local. Enquanto as tropas portuguesas destroem plantações para causar fome, sobrevoam os territórios com aviões de bombardeamento, estratégia não só para destruir infraestruturas, mas para desmobilizar as forças independentistas.

‘Decidimos ir mato adentro porque vimos as ações do colonialismo. São 500 anos de escravidão. Pedimos pacificamente pela independência, mas eles não se importaram, nos massacram’, depõe uma guerrilheira moçambicana.

Imagens da guerra de independência da Guiné-Bissau reforçam o horror. Para Fanon, presos e violentados em suas próprias terras, resta à população o uso da força para se livrarem do complexo de inferioridade e restaurarem o amor-próprio. Para o humanista, o caminho para a libertação passa por novos caminhos que não repitam os fracassos do capitalismo europeu.

‘A condição humana, os planos para a humanidade e a colaboração entre os povos nessas tarefas que aumentam a totalidade da humanidade são problemas novos, que demandam invenções verdadeiras. Vamos combinar nossos músculos e cérebros em uma nova direção. Vamos tentar criar o ser humano no todo, o qual a Europa foi incapaz de fazer nascer de forma triunfante’, defende.

Frantz Fanon: Sobre a Violência é uma produção da Final Cut for Real e Helsinki Filmi.

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