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Divulgação - CNN Brasil
 
MANCHETES

» 02/11/2025 - 19:45
Sálvio Spínola aponta falhas estruturais no modelo de formação dos árbitros brasileiros no CNN Esportes S/A

O ex-árbitro e comentarista de arbitragem Sálvio Spínola é o convidado do CNN Esportes S/A deste domingo (02/11), às 21h15 (horário de Brasília). Sálvio faz uma análise sobre o cenário atual da arbitragem no Brasil, aponta falhas estruturais no modelo de formação dos árbitros e defende a necessidade urgente de profissionalização na categoria.

“O futebol brasileiro é o único do mundo em que a confederação não forma árbitros. São 27 escolas diferentes, cada uma com seu modelo. Isso precisava mudar desde 2003 e estamos em 2025 sem avanço”, afirma. O ex-árbitro também critica a falta de padronização na capacitação dos profissionais e classificou a atual geração como “árbitros de laboratório”, que buscam a arbitragem como fonte de renda complementar.

Ao analisar o uso da tecnologia, Spínola foi enfático: “A função do VAR não é apitar o jogo. É para corrigir o que o olho humano não vê, não para substituir o árbitro de campo. O árbitro precisa ter personalidade para tomar decisões”. Ele também destaca que, embora reconheça falhas técnicas, não vê desonestidade na arbitragem brasileira. “É lógico que você pode ter laranja podre (...) Eu na arbitragem nunca tive consulta de ninguém, nunca fui procurado por ninguém. (...) E todas as pessoas que eu convivi, a maioria que eu convivi do mundo da arbitragem, são pessoas guerreiras querendo um lugar ao sol, querendo trabalhar, querendo buscar um espaço”, ressalta.

Durante o programa, Sálvio também comenta episódios recentes e polêmicos do futebol brasileiro, como a não expulsão do zagueiro Gustavo Gómez em partida do Palmeiras. Para ele, o lance foi emblemático das falhas de interpretação e aplicação da regra. “Não tem um no mundo que pensa diferente do que o cartão vermelho para o Gustavo Gomes. Não tem um. Unanimidade, isso é para cartão vermelho. E aí o árbitro, que é FIFA internacional, justificar que primeiro o jogador do Palmeiras toca na bola e depois atinge, ele é desconhecido da regra, porque o que que a regra fala? Forma, local onde atinge e força. Tinha todos os requisitos. A forma, sola da chuteira, o local acima do tornozelo e a força tinha. Requisito de cartão vermelho. Não se desculpa. É brigar com a imagem”, comenta.

Em outro momento, o ex-árbitro reforça que a condução da partida foi equivocada desde o início. “Não expulsar o Gustavo Gomes que dá uma entrada daquela, aí não é só erro. A arbitragem durante os 90 minutos. Ele não conseguiu conduzir o jogo, não conseguiu dialogar com os jogadores. Ele marca um pênalti que tá claro que o VAR confirmou, e não consegue tirar o jogador de dentro da área, que estão lá reclamando. Isso é uma arbitragem ruim”, frisa.

Durante o programa, o comentarista ainda relembra os desafios de ter vivido uma jornada dupla entre o apito e o mundo corporativo. “A vida que eu tive como árbitro e trabalhando em empresas, eu não desejo para ninguém. Em 2025, ainda ser esse modelo é inaceitável”, diz.

Para Sálvio, a profissionalização da arbitragem é o caminho para reduzir erros e elevar o nível do futebol nacional. “Uma segurança jurídica e financeira. É isso que tem que acontecer. A grande diferença, o que acontece nos países que a arbitragem é profissional e aqui não, é que lá o árbitro se dedica ao futebol. Na hora vaga, ele tem uma outra atividade. Todo o árbitro na Inglaterra, na Argentina, no México, ele tem uma outra atividade, mas o principal é o futebol”, conclui na atração da CNN Brasil.

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