Em novembro,
o SescTV apresenta uma programação de documentários no clima do Mês da
Consciência Negra.
A
programação começa neste sábado (01/11) com Dorivando Saravá, O Preto Que Virou
Mar (2023), de Henrique Dantas. O filme costura fragmentos da vida e da obra de
Dorival Caymmi, revelando o compositor baiano não apenas como cronista do mar,
mas como quem traduziu em canção a profundidade das águas de sua
ancestralidade. Gilberto Gil, Tom Zé, Mateus Aleluia e Tiganá Santana ajudam a
refazer esse desenho, no qual Caymmi aparece como mediador entre o espiritual e
o tangível, entre o batuque do terreiro e a brisa da praia.
Na sexta
seguinte, 07/11, em Todas as Melodias (2019), Marcos Abujamra traça o retrato
contraditório de Luiz Melodia, artista que fez da música uma forma de
resistência. A infância no Morro de São Carlos, a descoberta precoce do violão,
a consagração com Pérola Negra e as parcerias com Waly Salomão, Zezé Motta e
Jards Macalé compõem a narrativa. No filme, a câmeranrevela não apenas o
brilho, mas também a dor do artista. O racismo sofrido ao longo da vida é
lembrado pela companheira Jane Reis, que compartilha relatos de exclusão e
silenciamento, dando voz a uma memória de resistência.
O ciclo
segue na sexta, 14/11, com Corpos Invisíveis (2022), de Quézia Lopes, obra que
transforma em presença o que por séculos se tentou apagar. Onze mulheres
negras, de diferentes idades e trajetórias, falam e performam sobre o que é ser
mulher negra no Brasil, entre afetos, maternidades, ancestralidades e
violências. O longa recebeu menção honrosa no 16º LABRFF - Los Angeles
Brazilian Film Festival.
No sábado,
22/11, o olhar se volta para a Bahia em Terreiros de Candomblé de Cachoeira e
São Félix (2023), de Ceicça Boaventura. O documentário percorre os dez
terreiros patrimonializados do Recôncavo Baiano, berço de resistência e fé.
Entre cantos, rezas e relatos de mães e pais de santo, o filme reconstrói a
genealogia do Candomblé, religião que sobreviveu à perseguição colonial e
policial para reinventar o sagrado em território brasileiro.
Fechando a
programação, em 29/11, Aleluia - O Canto Infinito do Tincoã (2020), de Tenille
Bezerra, acompanha Mateus Aleluia entre Cachoeira e Luanda, entre o visível e o
espiritual. O músico, que foi um dos fundadores do grupo Os Tincoãs, reflete
sobre tempo, criação e transcendência
Os
documentários vão ao ar às sextas e aos sábados, às 22h30, e ficam disponíveis
também sob demanda em sesctv.org.br, no app e na plataforma Sesc Digital.