Nesta
terça-feira (21/10), as equipes de reportagem do Profissão Repórter, comandadas
por Caco Barcellos, desbravam o universo das mães atípicas para contar algumas
destas histórias de amor, luta e resistência que revelam os desafios e as
particularidades dessa maternidade.
De acordo
com o Censo de 2022, mais de 2,4 milhões de brasileiros foram diagnosticados
com transtorno do espectro autista (TEA), e por trás deste número estão
milhares de mulheres que enfrentam sozinhas a missão de criar seus filhos. A
repórter Nathalia Tavolieri e o técnico Carlos de Oliveira acompanharam a
rotina de Leandra Ramos dos Santos, mãe solo de três crianças autistas, que
vive uma jornada marcada pela exaustão física e emocional. Entre crises,
medicações e noites mal dormidas, ela tenta manter o equilíbrio enquanto
aguarda por atendimento psicológico no SUS.
Buscando
apoio, Leandra encontrou acolhimento em um grupo de mães atípicas, espaço onde
mulheres compartilham angústias, experiências e pequenas vitórias. O programa
acompanhou um desses encontros, em que o olhar se voltou para elas, e não para
os filhos. Uma dessas mulheres é Priscila Sapateiro, mãe de três, sendo dois
autistas, que após anos dedicados exclusivamente aos cuidados da família
decidiu recomeçar. Com o apoio do marido, abriu uma pequena loja de perfumes e
sabonetes e tenta reconectar-se com seus próprios sonhos.
Na zona
leste de São Paulo, um conjunto habitacional entregue em 2022 abriga dezenas de
mães atípicas que enfrentam, diariamente, os desafios de criar seus filhos. Dos
300 apartamentos, 15% são ocupados por mulheres que cuidam de crianças com
autismo, paralisia cerebral, deficiência intelectual, Síndrome de Down e
surdez. O repórter Everton Lucas acompanhou histórias como a de Kátia Silva,
mãe de uma criança autista, e de Kelly Vanessa, que luta para garantir o tratamento
do filho Bryan, com Síndrome de Down e risco de cegueira.
Em Santos,
no litoral paulista, a ex-professora Carol Almeida, de 37 anos, divide seus
dias entre a venda de donuts nos ônibus e os cuidados intensivos com o filho
Lucas, de 13 anos, que tem paralisia cerebral. Desde que abandonou a carreira
para se dedicar integralmente ao menino, ela enfrenta uma rotina exaustiva de
terapias e deslocamentos, sempre de transporte público.
Morando em
um barraco no Dique da Vila Gilda, maior favela de palafitas do Brasil, Carol
tenta equilibrar as despesas e garantir o conforto do filho, que depende de
ventiladores e ar-condicionado para evitar convulsões. A repórter Sara Pavani e
o técnico Carlos Nascimento registraram também a solidão. Sozinha, Carol
confessa que já não encontra espaço para si mesma: ‘A Carol, sem ser a Carol
mãe, não existe mais’.
O Profissão
Repórter vai ao ar na TV Globo, logo depois de Aberto Ao Público.