Nesta terça-feira (16/09), às 22 horas, no Provoca, Marcelo
Tas conversa com Eduardo Giannetti, economista, escritor, professor e ocupante
da segunda cadeira da Academia Brasileira de Letras. Ele fala sobre a
importância da democracia, o papel do Brasil no mundo e o tarifaço de Trump.
Giannetti diz no programa da TV Cultura que o grupo que
inclui Bolsonaro e Trump não reconhece a legitimidade da eleição quando perde.
Tas pergunta "como que cola essa tese". Para o professor, ‘o pano de
fundo disso é uma população que está profundamente desgostosa com a vida e que
não vê mais nas instituições tradicionais, partidos políticos, imprensa, a
própria ciência, elementos confiáveis. Perdeu a credibilidade, há um desgaste
profundo e se identifica com essa truculência, com essa raiva e medo’, explica
o economista.
Em outro momento do Provoca, Eduardo fala sobre o papel do
Brasil no mundo e o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. ‘O
Brasil subiu cinco posições no IDH no ano passado. O IDH é o Índice de
Desenvolvimento Humano, que mede a qualidade de vida, renda, distribuição,
indicadores biomédicos (...) O Brasil tem condições de assimilar essa tarifa de
50%. Vai doer um pouco, mas dá para passar por isso (...) não há de ser esse
problema americano, que dói no curto prazo, que vai nos impedir de ser um mega
player global em energia limpa, em meio ambiente, em oferta de alimentos, e vou
acrescentar mais um elemento: cultura’, diz.
Ao ser questionado por Tas sobre o que mais lhe tira o sono -
crise ambiental, econômica, lisérgicos ou Trump, o escritor responde: ‘No curto
prazo, o descaminho da democracia americana. Eu tenho medo de guerra. À toa, à
toa, esse cara começa uma guerra (...) se for um pesadelo mais a longo prazo, a
mudança climática (...) mas aí é o desastre em câmera lenta do antropoceno, é
muito câmera lenta, não é uma coisa assim: começou uma nova guerra mundial’,
conclui o economista.