Nesta terça-feira (15/07), às 22 horas, no “Provoca”, Marcelo
Tas conversa com a economista e professora Laura Carvalho, autora do livro
Valsa Brasileira: do Boom ao Caos Econômico.
Laura, que defende que o crescimento econômico não precisa
vir da desigualdade, mas que depende da inclusão social, fala sobre a economia
ser mal comunicada; que o Congresso Nacional impede que se tenhas um Estado
melhor; e que a reforma tributária pode ajudar a reduzir a desigualdade.
Tas pergunta por que a economia é mal comunicada. “Em parte,
é culpa dos economistas, que acho que gostam da autoridade (...) O sistema
econômico é algo complexo. A macroeconomia, se parecer muito simples, é porque
provavelmente a pessoa está falando também alguma coisa errada (...), mas ainda
assim, acho que é possível e que esse esforço é não só importante para a
própria economia, para a política, para os políticos conseguirem convencer do que
estão fazendo, ele é importante para a democracia. A economia é importante
demais para ficar só restrita aos economistas”, comenta.
“Que país poderia ser um modelo para o Brasil?”, indaga o
apresentador em outro momento da atração da TV Cultura. “A gente tem, na verdade,
países que não nasceram ricos com uma indústria. Eles criaram um caminho, né? E
eles têm esses estados chamados de bem-estar social que arrecadam mais de
alguns e distribuem para o outro. E eu acho que a gente tem como se espelhar
nesses países. A gente não tem nenhuma restrição para ter um Estado melhor, que
taxe melhor, que gaste melhor. Não é uma restrição econômica. A nossa restrição
é política (...) a gente tem um Congresso Nacional que atua para impedir que
isso aconteça. Alguém escreveu outro dia: "é o sindicato dos ricos".
Eles atuam como sindicato dos ricos”, diz.
Por fim, a economista fala que a reforma tributária pode
ajudar a reduzir a desigualdade. “Já venho defendendo isso há muito tempo (...)
a gente está num momento, num ponto no tempo em que finalmente estamos com a
chance de fazer algo, ainda que algo tímido, modesto, que nem é nada radical,
um negócio que só corrige um pouco a distância, mas que faria uma diferença. E
a gente está enfrentando uma reação totalmente descabida, porque não me parece
que tenha um fundamento na realidade, mas que tem a ver com aquele problema de
comunicação, com aquela dificuldade de comunicação e de mobilizar a sociedade
por um tema que é de interesse de 99,9% das pessoas”, conclui.