Convidado do “CNN Entrevistas” deste sábado (17/05), o
psicólogo social, professor e escritor norte-americano Jonathan Haidt falou
sobre o livro “A Geração Ansiosa" e os impactos do uso excessivo das telas
na saúde mental de crianças e adolescentes.
Durante a entrevista aos jornalistas Thais Herédia e o Iuri
Pitta, o psicólogo citou desafios dos pais na criação dos filhos ante um
excesso de estímulos, smartphones e redes sociais. "Todos enfrentam este
problema: esses dispositivos foram feitos para viciar e estão prejudicando a
saúde mental em escala global de centenas de milhões de crianças", observou
o pesquisador, que estará em São Paulo na próxima semana para o evento
Fronteiras do Pensamento.
Haidt defendeu uma idade mínima para influenciadores nas
redes sociais, uma vez que trazem as crianças para o epicentro da cultura do
consumo e da atenção como produtos. "Não é um jeito inocente de se ganhar
dinheiro. Portanto, devemos ser contra”, afirmou no programa da CNN Brasil. “Lembrem-se:
nós não somos os clientes dessas empresas, nós somos o produto. Os clientes são
os anunciantes. Então, oferecer seu filho como produto, mesmo recebendo uma
comissão, deveria ser ilegal”, completou.
O pesquisador também falou sobre os malefícios do que chamou
de “infância digital”. "Se você quer preparar seu filho para ser
bem-sucedido no futuro digital, deve protegê-lo da destruição da capacidade de
prestar atenção. Quem não consegue se concentrar em algo por 30 minutos sem
interrupções, não consegue fazer nada”, disse. “Você não terá utilidade a ninguém.
Por isso, não sei o que o futuro nos reserva. Isso me preocupa. Tenho medo de
como isso vai afetar as crianças, a economia e tudo mais”, concluiu.