No “Provoca” desta terça-feira (12/11), às 22 horas, pela TV
Cultura, Marcelo Tas recebe a montanhista Aretha Duarte, primeira mulher negra
latino-americana a escalar o Monte Everest. Durante o programa, ela diz o que
pensa sobre se tornar uma referência para outras mulheres e meninas negras, dá
detalhes de sua próxima expedição e conta que seu medo de altura é importante,
pois a torna mais cuidadosa.
Aretha comenta no programa a importância da representatividade
do marco que alcançou. “Quando eu me
liguei, percebi que a minha história seria importante no sentido de gerar
reflexão, de pessoas negras praticando montanhismo, de falar um pouco da
história, dos desafios, das dificuldades”, afirma. “O que significa para mim é
que eu não seja a primeira e única. E, sim, que eu abri portas para que mais
cheguem. Só me interessa a conquista coletiva, só me interessa que mais pessoas
alcancem também”, completa.
Nos últimos dias, Aretha foi atrás de um novo objetivo:
escalar o Monte Kilimanjaro, na Tazmânia. Intitulada de Sankofa, expressão de
Gana traduzida como voltar para buscar, a expedição para a montanha mais alta
da África acontece justo no Mês da Consciência Negra. “A gente escolheu
exatamente esse nome porque reconhece que esse projeto que tem a ver com esse
grupo de pessoas negras do Brasil - montanhistas, indo praticar uma expedição à
alta montanha, algo muito desafiador, muito raro de acontecer - também está com
a oportunidade de se reconectar com a cultura africana”, acredita.
A montanhista ainda surpreende Tas com uma revelação: “Tenho
medo de altura. Toda vez que eu vou para esse ambiente vertiginoso - Pedra do
Baú, por exemplo, é para mim um dos ambientes mais vertiginosos que existem. É
bem alto, a gente olha, enxerga o vale, e ali tem que realmente confiar no
equipamento, confiar nos procedimentos que aprendemos em treinamentos, em
cursos. Porque absolutamente qualquer queda ali será fatal”.
“O medo de altura me ajuda também a ser mais sistemática, ser
mais prudente, ser mais organizada para garantir a segurança. (...) Isso é
importante, o medo é importante”, conclui.