O “CNN Entrevistas” deste sábado (12/10), às 21h30, recebe
Henrique Meirelles, presidente do Banco Central durante os primeiros e segundo
mandato do presidente Lula (2003 a 2011).
Em conversa com as analistas de Economia da CNN Brasil Débora
Oliveira e Thais Herédia, o ex-ministro da Fazenda do governo Temer (2016-2018) e
atualmente consultor prevê tempos mais calmos na relação entre o governo e a
instituição a partir da chegada de Gabriel Galípolo, o sucessor de Roberto
Campos Neto na presidência do BC.
Aos comentar as críticas que o presidente Lula no atual
mandato tem feito a Campos Neto, Meirelles, opina: “Acho que o Banco Central
age tecnicamente".
Para ele, na expectativa da chegada de Galípolo, a tendência
é de calmaria da parte de Lula: “Na minha opinião, a tendência disso é acalmar,
porque ele passa a ter mais segurança de que, independentemente de ele gostar
ou não gostar da decisão, aquela diretoria não está fazendo nada contra o
governo, está fazendo aquilo que tecnicamente acha que deve fazer. Esse é o
ponto”.
Meirelles durante a conversa com a CNN Brasil detalha como
Lula pediu a ele que baixasse os juros quando estava na presidência do BC e
como foi selado um acordo de independência entre eles. Ele conta que o
presidente lhe telefonou para pedir corte de juros. “Naquele momento, ele de
fato me telefonou porque ele achava, estava convencido lá por vários assessores
etc., de que o país não cresceria os tais 5% no ano seguinte se não tivesse uma
medida de afrouxamento monetário. E eu disse a ele que não, que não era o caso
e etc”, revela.
Meirelles prossegue: “Ele fez, a única vez no governo
inteiro, isso é importante dizer né? Ele fez um pedido direto e eu disse para ele
que realmente ele estava sendo mal aconselhado, porque nós poderíamos crescer
assim, mantendo a inflação na meta e mantendo tudo exatamente de acordo com o
que deveria ser na economia”.