Após a definição do segundo turno na capital paulista, a Record
realiza nesta semana uma nova rodada de sabatinas, no Balanço Geral
SP. Guilherme Boulos (PSOL) participou nesta quarta-feira (09/10); e Ricardo
Nunes (MDB) estará no programa desta quinta (10/10) para falar de suas
propostas para a cidade.
Durante entrevista de 30 minutos com o apresentador Reinaldo
Gottino, Boulos agradeceu pelo apoio de Tabata Amaral (PSB), sua
adversária no primeiro turno. O candidato disse que vai aderir a algumas
propostas da campanha dela, como a de facilitar o crédito ao jovem empreendedor
e a do projeto destinado a amparar crianças autistas. "A Tabata,
sou muito grato pelo apoio dela. O que é importante é que uma candidata que
teve 10% dos votos declarou apoio", disse.
Boulos ressaltou a importância do diálogo na política.
Especificamente, ao se referir ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas,
que se uniu ao seu adversário Ricardo Nunes, garantiu que, se eleito, irá
procurá-lo e que a relação será "republicana e correta".
Questionado por Gottino sobre quem ocuparia a pasta da habitação,
considerando o seu envolvimento com o Movimento Trabalhadores Sem Teto (MTST) e
com o PSOL, Boulos preferiu não citar nomes: "Indicar secretário antes da
hora dá azar. Será uma pessoa da área, certamente, que saiba fazer educação,
habitação".
Ao comentar a avaliação de alguns de que Lula não teria
estado tão próximo na primeira fase da campanha, o candidato garantiu que conta
com o apoio de seu principal padrinho político. "Lula esteve comigo no
comício na Zona Leste, em São Miguel, e numa caminhada da arrancada, na véspera
da eleição. Agora, o presidente vai estar comigo no segundo turno, assim como a
Marta Suplicy, que é minha vice", respondeu.
Ao comentar o que faltou para conquistar votos em algumas
regiões da periferia, como o extremo da Zona Sul, Boulos afirmou que vai estar
presente nessas áreas, com carreata, para falar com estes eleitores. "Sabe
o que vou ter que vencer? O medo. Porque meus adversários jogam com o
medo", destacou.
O candidato também prometeu dar atenção especial a motoristas
por aplicativo e motoboys. "Eu vou liberar o Uber do rodízio na cidade de
São Paulo. Por que o táxi já é liberado. E o Uber, o carro é um instrumento de
trabalho dele. Em relação aos motoboys, que trabalham de 24 por 48 nas ruas e
não têm lugar para usar um banheiro, pra carregar o celular e descansar, vou
criar 96 bases de apoio em todos os 96 distritos, em todos os bairros de São
Paulo, onde esse motoboy vai poder ser acolhido", observou.
Ele ainda afirmou que é uma questão de humanidade melhorar o
atendimento na área da saúde. "Nós vamos zerar a fila de especialistas e a
fila de exames, que está muito grande, com 16 Poupatempos da
Saúde".