» 03/10/2024 - 20:06
Cid Moreira morre aos 97 anos
Cid Moreira morreu nesta quinta-feira (03/10), em Petrópolis,
na Região Serrana do Rio de Janeiro, aos 97 anos. Desde 4 de setembro ele
estava internado por conta de um quadro de insuficiência renal crônica. Cid
deixa os filhos Rodrigo e Roger – a primogênita Jaciara morreu em 2020 – e a
esposa Fátima Sampaio, com quem viveu por mais de duas décadas. O corpo do
apresentador será velado, ainda nesta quinta-feira, no Parque Municipal de
Petrópolis. Na sexta-feira (04/10), de 10h às 13h, o velório será aberto ao
público no Palácio Guanabara, na capital carioca. Após a cerimônia, segue para
Taubaté, em São Paulo, onde ele nasceu e será sepultado.
Em homenagem a Cid Moreira, logo depois do ‘Jornal da Globo’
desta quinta, o ‘Conversa com Bial’ exibe novamente a entrevista feita com o
comunicador durante a pandemia. No Globoplay, está disponível para os
assinantes o documentário “Boa Noite”, de 2020, dirigido por Clarice Saliby,
que traz o dono de uma das vozes mais famosas do Brasil narrando a própria
história, abrindo as portas de sua casa.
O g1 criou uma página dedicada ao profissional chamada ‘A Voz
– 20 vezes em que Cid Moreira narrou a nossa vida’. O especial relembra
momentos históricos narrados por ele, destacando seu impacto na comunicação do
país, além de uma série de conteúdos interativos, detalhando a sua vida e
carreira. Outro destaque é um trilho de vídeos que relembra momentos icônicos,
desde a primeira abertura do ‘Jornal Nacional’ com a sua presença, em 1969,
passando pela participação na homenagem à Chapecoense, além de momentos de
descontração, como a relação com “Jabulani”, famosa bola da Copa do Mundo de
2010 que ganhou notoriedade no país a partir da forma peculiar de o
apresentador chamá-la.
Nascido em 29 de setembro de 1927, Cid formou-se em
Contabilidade, mas, por conta de sua voz grave, logo começou a fazer narração
de comerciais e locução de noticiários. Quando estreou no ‘Jornal Nacional’, já
tinha no currículo experiência em diversas emissoras de rádio e de televisão do
país. Depois de passar pela Tupi, TV Globo, Excelsior e Continental, voltou à
TV Globo em 1969 para substituir Luís Jatobá no ‘Jornal da Globo’, quando
dividiu a bancada com Hilton Gomes. Em setembro do mesmo ano, apresentou a
primeira edição do ‘Jornal Nacional’ e permaneceu na função até março de 1996.
Em boa parte destes anos todos, esteve ao lado de Sergio
Chapelin. A parceria marcou a história jornalismo brasileiro e foi relembrada
em abril de 2015, quando os dois voltaram à bancada do ‘JN’ com os atuais
apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, por conta dos 50 anos da Globo.
Naquele dia, apresentaram um bloco do telejornal e chamaram o último episódio
da série dos “50 Anos de Jornalismo da Globo”, com os acontecimentos mais
marcantes de 2005 a 2014.
Em 1996, com a reformulação do ‘JN’, Cid Moreira e Sergio
Chapelin foram substituídos por William Bonner e Lilian Witte Fibe. Com isso,
Cid passou a se dedicar exclusivamente à leitura de editoriais do ‘JN’. No
mesmo ano, foi escalado para fazer as locuções de reportagens especiais para o
‘Fantástico’, programa do qual também participou desde a estreia, revezando com
outros apresentadores. Por mais de dez anos, Cid apresentou simultaneamente os
dois programas e mais tarde passou a gravar também os áudios das chamadas e de
algumas matérias do ‘Fantástico’.
Em 1999, narrou o quadro do ilusionista Mister M, um dos
grandes sucessos daquele ano. Sua voz ficou de tal forma associada ao quadro
que, quando o ilusionista esteve no Brasil, no ano seguinte, Cid Moreira o
entrevistou com exclusividade para o programa. A dupla se reencontrou no ano
passado para a gravação do terceiro episódio de um documentário especial sobre
os 50 anos do ‘Show da Vida’, no que foi uma das últimas aparições públicas do
apresentador na televisão.