Milton Neves é o entrevistado de João Vítor Xavier no “CNN
Esportes S/A” deste domingo (28/07), às 21h15, na CNN Brasil. Com ritmo de
trabalho reduzido em função de uma depressão que enfrentou após a morte de sua
esposa Lenice, em 2020, o radialista admitiu que pretende voltar à TV e ao
rádio em algum momento. “Se não eu morro mais cedo. Se eu não voltar, vou ficar
louco. Eu e o microfone estamos lado a lado desde 1969”, confidencia. .
Com o conhecimento de quem acompanha futebol há décadas,
Milton Neves fala sobre os ídolos de ontem e de hoje, Santos Futebol Clube, a
crise no Corinthians e o atual cenário da Seleção Brasileira.
“É muito fácil meter o pau no técnico, tanto é que eu estou
defendendo muito o Dorival Júnior. A nossa seleção é uma porcaria, mas a culpa
não é dele. Ele não tem quem convocar, a Seleção Brasileira hoje é de série D.
Se jogasse com esses finalistas da Copa América, era goleada. Não temos mais
jogador”, revela.
Segundo ele, o Brasil tem bons jogadores, mas para clube, não
para a seleção. “O Brasil tem uma camisa que é muito forte, amedronta o
adversário, mas se aparecer com esse monte de jogador comum, daqui a pouco a
gente vira a Venezuela”, acredita.
O entrevistado lembra que sempre apoiou Neymar, sem contudo
deixar de criticá-lo. “Sempre falei: Neymar, você está muito chato, você quer
aparecer mais que a bola”, dispara. “[Ele] está ganhando uma fortuna, parabéns
pra ele, mas não joga”, salienta.
“Eu queria que o Neymar sarasse e deixasse de ser mascarado e
encrenqueiro para ele conduzir a Seleção Brasileira, porque ele recebeu um
talento de Deus muito grande. Se tivesse um pai profissional, ele estaria em
outro patamar. Mas é um jogador raríssimo”, observa.
Sobre Vini Jr., afirma que ele “não é o melhor do mundo, mas
é bom”. E avalia que “lá no Real Madrid, joga muito mais, mas aqui ele tem
companhia fraca”.
Neves lembra que sua vida foi norteada pelo Santos e por
Pelé, que, assegura, nunca lhe negou uma entrevista. Na atual fase, reconhece a
ocorrência de erros do clube, sem deixar de acreditar no técnico e no resgate
do time. “O Santos é imortal”, define.
Já o Corinthians, diz: “é o time que tem mais apoio da
imprensa”, com bons patrocinadores e sob pressão da fiel torcida. “Eles não
conseguem entender quando o time está em má fase de jeito nenhum”, observa. “Se
cair [para a 2ª divisão], volta no ano que vem”, completa. E provoca: “Se o
Corinthians tivesse uma Leila, não estaria nessa situação”, em referência à
dirigente do Palmeiras, Leila Pereira.