Nesta terça-feira (23/07), a partir das 22 horas, pela TV
Cultura, a atriz, cantora e comediante Alessandra Maestrini estará no “Provoca”.
Ela relembra com Marcelo Tas o sucesso de sua personagem em Toma Lá Da Cá, a
empregada Bozena, de Pato Branco; fala sobre o Som e a Sílaba, comédia
dramática musical que conta a história de uma autista que canta ópera e virou
série da Disney+; sobre os motivos que a levaram a se declarar bissexual, em
2014; sobre sua busca em ser ela mesma, o que é ser versionista e do que tem
medo.
Ela diz quais foram as percepções que o mundo singular do TEA
(Transtorno do Espectro Autista) causou nela ao viver a personagem autista
Sarah Deighton, no musical O Som e a Sílaba. “Eu me identifiquei muito, quero
dar uma pesquisada para saber se não tenho tracinhos (...) o espectro é grande
e as pessoas têm a sua neuroidentidade própria, mas você pode ter traços de uma
coisa e de outra (...) eu tenho diagnóstico de TDAH que tem uma intersecção com
autismo, eu tenho hiperfoco, tenho hipersensibilidade sensorial de som e de luz”,
observa.
E de escolha de figurino?, pergunta Tas. Ele explica que a
atriz testou alguns figurinos para participar da entrevista. “Isso tem mais a
ver com o momento que eu estou vivendo, porque a vida toda, em diversas
entrevistas me perguntavam qual é a personagem que eu mais tenho vontade de
interpretar e eu sempre digo: eu mesma. Eu acho que estou caminhando cada vez
mais próxima para isso. Eu vim com uma roupa linda que eu ganhei, mas eu falei:
não sei se sou eu (...) e eu falei para você que quando eu vejo você
entrevistando as pessoas, eu acho tão lindo porque eu vejo elas sendo elas
mesmas”, conta a atriz.
Sobre ter assumido ser bissexual publicamente em 2014, ela
diz: “eu estava sacando tanto fisicamente quanto subjetivamente que eu estava
me matando por não estar sendo eu”.
Em outro momento da entrevista, Tas fala sobre todas as
habilidades de Alessandra, como atriz, cantora, compositora, poeta, diretora,
produtora, dramaturga, ativista, tradutora e versionista. E pergunta: o que é
uma versionista? “É uma pessoa que traduz para um idioma que não é o seu. Eu
versei 10 músicas do Chico Buarque para o Inglês. As palavras deles têm menos
sílabas (...) eu mandei para ele por e-mail e eu tenho o e-mail do Vinicius
França que é empresário dele, com ele dizendo assim: o Chico mandou dizer que a
sua versão está melhor do que a original”, responde.
Por fim, Alessandra conta do que tem medo. “Eu vou revelar um
medo, de uruca (...) mas eu acho que a uruca é muito da nossa própria cabeça
(...) eu vou contar um medo que eu falei uma vez em uma entrevista e que eu
achei que se materializou (...) pra mim é importante ter ambientes que não são
barulhentos, barulho me tira do sério (...) mas dali pra diante era um tal de
obra em tudo quanto é lugar que eu me mudava. Obra, obra, obra, obra, obra
(...) não tem um lugar mais de silêncio no planeta Terra. O que eu fiz? Eu
materializei!", diz.