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MANCHETES

» 18/02/2024 - 16:42
"Caminhos da Reportagem" revela luto de mães que perderam bebês

O “Caminhos da Reportagem” inédito que a TV Brasil exibe neste domingo (18/02), às 22h, conta histórias de mulheres que perderam bebês e como elas enfrentaram o luto.

Natasha Kurtzenbaum, psicóloga e empresária, perdeu o filho Pedro uma semana antes da data prevista para o parto. “Era uma sexta-feira e a gente foi fazer uma ecografia. O coraçãozinho dele não estava mais batendo. Foi um choque. Na hora que acontece a perda, você não acredita”, conta.

Fragilizada, Natasha ainda teve que optar entre o parto normal ou a cesárea do filho que havia partido. Após a cirurgia, teve vontade de vê-lo e pegá-lo no colo. Mas, no hospital, alegaram que ele havia sido levado para um local muito longe de onde Natasha estava internada.

“Estava recém-operada, minha mãe estava comigo no hospital. Meu esposo foi atrás do processo do cemitério. Naquele momento, eu pensei: quero ver o Pedro. Isso é o mais difícil de tudo, não ter visto, não ter sentido o cheiro. Porque, depois, quando você começa a compreender o processo do luto, entende que essa criação de memórias faz parte. Todo mundo viu meu filho, menos eu”, desabafa.

A psicóloga Luiza Geaquinto explica a importância da mulher ser orientada sobre seus direitos no momento de uma perda gestacional ou neonatal. “A importância de ela entrar em contato com o seu bebê, pegar no colo, tocar, se ela quiser vestir, mostrar pra outros familiares... A literatura tem mostrado que mães que entram em contato com o seu bebê conseguem elaborar melhor esse luto posteriormente, porque ela consegue ressignificar esse momento”, diz.

A carioca Amanda Melo perdeu seu filho após ter complicações no parto. “Enrico nasceu em uma tentativa de parto normal mal administrada. Hoje, eu acho que eu vivi uma violência obstétrica. O parto normal foi revertido em uma cesárea e o Enrico nasceu em parada cardiorrespiratória. Viveu 47 dias e se foi, se libertou dos aparelhos do CTI (centro de terapia intensiva) e foi viver uma vida em outra dimensão”, conta.

Amanda revela que viveu o luto ao lado do marido e da filha Beatriz, que tinha 4 anos à época. “Ela foi o nosso farol. A gente atravessou porque tinha ela iluminando esse percurso super difícil. Bia é uma menina que honra desde sempre a existência desse irmão. É ela que me lembra, quando alguém me pergunta quantos filhos eu tenho, de falar do Enrico, que ele existiu e faz parte da nossa família”, pondera.

A psicóloga Camila Altavini ressalta a importância do acolhimento dos irmãos no caso de uma perda. “Inserir essa criança, explicar para ela o que que significa essa perda e ajudá-la também a processar como uma perda de alguém que faz parte da família”, afirma.

A mineira Paula Beltrão é fotógrafa e, ao longo da carreira, se especializou em registrar partos. Um dia foi procurada por uma cliente que estava grávida de um bebê com uma doença incompatível à vida. “E ela me contratou para registrar esse nascimento, disse que seria o momento dela com o bebê, o momento da despedida. E disse que queria ter esses momentos eternizados através de um registro fotográfico, com um olhar de carinho. Esse bebê viveu uma hora e 20 minutos. Ele partiu no colo da mãe, muito sereno, em um ambiente de muito amor”, diz.

Paula faz parte do Grupo Colcha, um grupo de apoio à perda gestacional e neonatal, sediado em Belo Horizonte. Entre as ações de apoio às famílias enlutadas, está o “kit memória”, uma caixa com registros do bebê que é entregue às famílias acolhidas. Dentro da caixa, além de uma fotografia do bebê, a mãe recebe um quadrinho com a imagem do pezinho do bebê carimbado, um saquinho com uma mecha do cabelo e dois passarinhos de crochê, símbolo do grupo. “A gente orienta a família a deixar um passarinho dentro da caixinha e o outro deixar no caixãozinho com o bebê quando ele é enterrado”, explica.

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